O procurador-geral da República, Paulo Gonet, manifestou-se favoravelmente à retomada de um inquérito que apura uma suposta interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF) durante sua gestão.
Gonet solicitou à PF que investigue a possível conexão entre este caso e outra apuração em andamento, que trata de uma suposta estrutura paralela montada na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Este inquérito, o primeiro instaurado contra Bolsonaro após o fim de seu mandato presidencial, encontrava-se suspenso desde maio de 2024. Naquela ocasião, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, questionou se a atual gestão da Procuradoria-Geral da República (PGR) concordava com um pedido de arquivamento feito anteriormente.
O procurador-geral agora argumenta que o inquérito deve ser reaberto e encaminhado de volta à PF. A corporação terá a tarefa de comparar os elementos já coletados nesta investigação específica com os achados na apuração sobre a Abin Paralela.
O objetivo principal dessa análise comparativa é examinar as declarações feitas pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, que atualmente é senador. Moro alegou que Bolsonaro buscava acesso a informações sigilosas obtidas pela PF, o que motivou a abertura do inquérito.
Contexto da Investigação
A decisão de Paulo Gonet reforça a necessidade de clareza sobre as ações de Jair Bolsonaro enquanto ocupava a presidência. A investigação busca determinar se houve, de fato, uma tentativa de usar a Polícia Federal para fins pessoais ou políticos, o que configuraria crime.
Relação com a Abin Paralela
A conexão com o caso da Abin Paralela é crucial. A suspeita é de que uma estrutura de inteligência não oficial pudesse estar sendo utilizada para monitorar adversários políticos e obter informações estratégicas, possivelmente com a conivência ou direcionamento do alto escalão do Governo.
Próximos Passos da PF
Com a manifestação de Gonet, a Polícia Federal deverá reavaliar as evidências e conduzir novas diligências para conectar os pontos entre a interferência na PF e a atuação da estrutura paralela na Abin. A colaboração de Sergio Moro pode ser fundamental nesta fase.
Fonte: InfoMoney