PGR Pede Explicações ao STF sobre Megaoperação Policial no Rio

PGR pede ao STF que cobre explicações do governo do Rio sobre megaoperação policial que deixou mais de 100 mortos. Entenda os detalhes.
Megaoperação Policial Rio — foto ilustrativa Megaoperação Policial Rio — foto ilustrativa

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que cobre do governo do Rio de Janeiro explicações detalhadas sobre a recente megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em um elevado número de mortos.

A iniciativa da PGR busca unificar e reforçar questionamentos já feitos anteriormente pelo Conselho Nacional dos direitos humanos (CNDH) e por um grupo de trabalho do próprio Ministério Público sobre a ação policial.

Origem dos Questionamentos sobre a Operação Policial

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), órgão vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos, havia previamente pedido ao STF que determinasse ao governo Fluminense o fornecimento de respostas sobre a operação. As perguntas incluíam a justificativa formal para a realização da ação e as medidas de assistência às vítimas.

Este pedido foi apresentado no contexto da ADPF das Favelas, um processo no STF que estabelece regras para operações policiais no Rio de Janeiro. Após a Aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso, a relatoria do caso foi transferida para Alexandre de Moraes, que foi instado a analisar questões urgentes.

Policial militar em operação no Rio de Janeiro, com a megaoperação em pauta.
Ação policial é alvo de investigação pela PGR e STF.

PGR Reitera Pedidos de Informação ao STF

Em resposta a uma solicitação de 24 horas de Alexandre de Moraes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, manifestou-se. Gonet apontou que os esclarecimentos demandados pelo CNDH eram semelhantes aos já apresentados por um grupo de trabalho do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Por essa razão, a PGR reiterou os questionamentos formulados por ambos os órgãos.

Antônio Edílio Magalhães Teixeira, conselheiro do CNMP e coordenador-geral do grupo de trabalho, já havia solicitado informações sobre o cumprimento das diretrizes da ADPF das Favelas. Isso inclui o uso de câmeras corporais pelos policiais, o respeito às regras de busca domiciliar, a presença de ambulâncias e a aplicação do princípio da proporcionalidade no uso da força.

Detalhes das Informações Solicitadas pela PGR e CNDH

O CNDH listou uma série de pontos que exigem relatório circunstanciado, incluindo a definição prévia do grau de força adequado e a justificativa formal para a operação. Solicitaram, ainda, o número de agentes envolvidos, as forças atuantes, os armamentos utilizados, o número oficial de mortos, feridos e detidos.

Também foram requisitas informações sobre medidas para garantir a responsabilização em caso de abusos, a atuação dos órgãos periciais, o uso de câmaras corporais e de viaturas, e providências para assistência às vítimas e suas famílias, como a presença de ambulâncias e protocolos de não repetição.

Cena de possível confronto em favela do Rio de Janeiro, relacionada à megaoperação.
Operação policial gerou questionamentos sobre letalidade e direitos humanos.

O grupo de trabalho do CNMP adicionou verificações sobre a preservação do local para perícia, comunicação imediata ao Ministério Público, atuação da polícia Técnico-científica, acompanhamento pelas Corregedorias, e o uso de câmeras corporais e em viaturas. Questionaram também a justificativa para o grau de força empregado, a observância das diretrizes de busca domiciliar e a presença de ambulâncias.

Adicionalmente, foram levantadas questões sobre a necessidade e justificativa para uso de estabelecimentos educacionais ou de saúde como base operacional policial, ou se esses locais foram utilizados para atividades criminosas que motivaram a ação policial.

Fonte: InfoMoney

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