Os contratos futuros de petróleo registraram alta nesta sexta-feira, 7, mas fecharam a semana em queda. A recuperação limitada na sessão de hoje ocorreu em meio a sinais de excesso de oferta, com destaque para a decisão da Arábia Saudita de reduzir significativamente os preços de venda. O aumento dos estoques nos EUA e as perspectivas de um mercado com excedente no abastecimento também pressionaram as cotações.
Petróleo Brent e WTI: desempenho semanal
O petróleo WTI para dezembro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), encerrou o dia em alta de 0,54% (US$ 0,32), alcançando US$ 59,75 o barril. Já o Brent para janeiro, transacionado na Intercontinental Exchange de Londres (ICE), avançou 0,4% (US$ 0,35), a US$ 63,63 o barril. Na comparação semanal, o WTI recuou 2,02%, enquanto o Brent teve uma perda de 1,76%.
Arábia Saudita sinaliza preocupação com demanda
A estatal Saudi Aramco anunciou cortes de até US$ 1,40 por barril nos preços oficiais de venda para clientes asiáticos e de US$ 0,50 para os Estados Unidos, mantendo os valores estáveis na Europa. Segundo analistas, essa medida reflete a tentativa da Arábia Saudita de preservar sua participação de mercado diante da fragilidade da demanda global. Para Ipek Ozkardeskaya, analista do Swissquote, o corte “sinaliza preocupação com a demanda e com o ritmo da atividade global”, impactando diretamente as mercados internacionais.
Fatores que limitam a alta do petróleo
A valorização do diesel, impulsionada por novos ataques a refinarias russas, tem oferecido algum suporte aos preços do petróleo. Adicionalmente, um dólar mais fraco tem ajudado a conter as perdas. Contudo, o aumento expressivo de mais de 5 milhões de barris nos estoques de petróleo bruto dos EUA, conforme divulgado pelo Departamento de Energia, limitou o potencial de recuperação das cotações.
Perspectivas de superávit no mercado de petróleo
Amena Bakr, da consultoria Kpler, avalia que o Mercado enfrenta um excesso de oferta, embora o termo “superávit” possa ser exagerado. “Os volumes são altos, mas não se comparam ao glut da pandemia”, afirmou. A Oxford Economics lembra que a Opep+ deve interromper os aumentos de produção no primeiro trimestre de 2026. “O grupo tem se mostrado mais preocupado com o excesso de oferta, em linha com nossas expectativas de que o mercado de petróleo caminhe para um superávit nos próximos meses”, disse, projetando o Brent a uma média de US$ 63,60 em 2026.
Com informações da Dow Jones Newswires
Fonte: InfoMoney