A Petrobras e a norueguesa Equinor emergiram como as principais vencedoras do leilão de áreas exploratórias do pré-sal, realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). As empresas adquiriram um bloco cada e formaram um consórcio para a exploração de um terceiro. A australiana Karoon Energy também garantiu um bloco, enquanto as chinesas CNOOC e Sinopec formaram outro consórcio.


Este leilão marcou a estreia da Karoon e da Sinopec em rodadas de licitação do pré-sal brasileiro. Notavelmente, a Shell, segunda maior produtora de petróleo no país, esteve ausente desta vez, citando uma abordagem disciplinada para a alocação de capital.
O Governo arrecadou um total de R$ 103,7 milhões em bônus de assinatura pela negociação de cinco dos sete blocos ofertados. O programa exploratório mínimo previsto para essas áreas soma R$ 451,5 milhões, a serem investidos pelas empresas vencedoras.
“Estamos muito satisfeitos com o resultado do leilão”, afirmou Artur Watt, diretor-geral da ANP, destacando a concorrência e os ágios obtidos. Ele ressaltou que o leilão contemplou áreas mais afastadas das regiões já em produção, expandindo a exploração para “o meio para a borda do polígono”.
Domínio Petrobras e Equinor no Pré-Sal
A Petrobras arrematou o bloco Citrino sozinha, com uma oferta de 31,19% de excedente em óleo, o que representou o maior ágio da Rodada (251,63%). A Equinor, por sua vez, garantiu o bloco Itaimbezinho sem concorrência, oferecendo 6,9% de excedente em óleo, acima do mínimo exigido de 6,67%. Este bloco já havia sido ofertado anteriormente sem sucesso.
Um consórcio liderado pela Petrobras, com a participação da Equinor, adquiriu o bloco Jaspe, ao prometer entregar 32,9% do excedente em óleo ao Estado brasileiro, o maior percentual oferecido no leilão. Essa proposta superou a do consórcio formado por Chevron e QatarEnergy.

Novos Participantes e Áreas Inexploradas
A australiana Karoon apresentou uma oferta de 14,1% de excedente em óleo para o bloco Esmeralda. O consórcio CNOOC/Sinopec venceu o bloco Ametista com 9% de excedente em óleo. As empresas CNOOC e Sinopec formaram um consórcio para adquirir outro bloco.
A área do pré-sal, conhecida por seus vastos campos em águas profundas sob uma espessa camada de sal, é a principal fonte de produção de petróleo do Brasil. As descobertas feitas há quase duas décadas transformaram o país em um grande produtor global.
Apesar do interesse renovado, especialmente após a recente descoberta da BP na área do pré-sal, os blocos Larimar e Ônix não receberam lances.

“Este resultado demonstra um renovado interesse pelo pré-sal brasileiro, dando continuidade ao sucesso da descoberta Bumerangue pela BP”, comentou Flavio Menten, analista de pesquisa de upstream da Rystad Energy.
Fonte: InfoMoney