Uma pesquisa encomendada pelo Planalto indica uma ligeira queda na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e um desempenho considerado ruim diante da megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro na semana passada. Os dados, divulgados pelo colunista Lauro Jardim, mostram que 34% dos entrevistados consideram o presidente ótimo ou bom, 19% o avaliam como regular e 44% como ruim ou péssimo, retornando o governo ao patamar de avaliação de agosto.
Em relação à megaoperação, a aprovação de Lula chega a 21% (ótimo/bom), com 26% considerando regular e 45% ruim ou péssimo. A pesquisa, que consultou 1.803 pessoas por telefone entre sexta-feira e segunda-feira desta semana, foi encomendada pela Secretaria de Comunicação do governo. O presidente teve Acesso aos números na noite de segunda-feira.

Governo Parte para Ofensiva com Críticas à Operação Policial
Após tomar conhecimento dos resultados, o presidente Lula adotou um tom mais crítico, classificando a megaoperação como uma “matança” e “desastrosa”. Ele também anunciou que pressionará por uma investigação independente. Estas declarações, feitas a repórteres estrangeiros em Belém, marcam a primeira manifestação pública do presidente sobre o tema, afastando-se das poucas e contidas publicações feitas anteriormente nas redes sociais.
A mudança de discurso sinaliza uma estratégia de ofensiva por parte do Governo, visando alterar a narrativa sobre a ação policial. A aposta é que a investigação conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) evidencie o uso excessivo da força, o que poderia levar a uma mudança na opinião pública.
Avaliação Pública da Operação e Impacto na Percepção
Embora 72% dos brasileiros tenham aprovado a megaoperação, um dado relevante aponta que 43% dos entrevistados responderam que houve “um exagero de mortos por Falta de planejamento”. Esse percentual é visto como um indicativo de que as investigações do STF podem fortalecer a percepção de excessos.
A operação, realizada em 28 de outubro nos Complexos da Penha e do Alemão, foi a mais letal da história do Brasil, com 121 mortos, incluindo quatro policiais. O alvo principal foi o Comando Vermelho, facção criminosa responsável pelo tráfico de drogas em diversas favelas do Rio de Janeiro. A expectativa do governo é que o desenrolar das investigações midiáticas e judiciais possa reverter a avaliação negativa inicial sobre a atuação do presidente.
Fonte: Valor Econômico