Raio-X do Serviço Público: Quem São e Quanto Ganham Servidores no Brasil

Descubra o perfil completo dos 12 milhões de servidores públicos brasileiros: quem são, quanto ganham e os desafios da reforma administrativa. Raio-X inédito.
servidores públicos no Brasil — foto ilustrativa servidores públicos no Brasil — foto ilustrativa

O Brasil conta com 12 milhões de funcionários públicos na ativa. Atualmente, o Congresso Nacional discute uma reforma administrativa com o objetivo de extinguir os chamados supersalários, implementar a avaliação de desempenho dos servidores e estabelecer um padrão único de remuneração entre União, Estados e municípios.

Um raio-x inédito do funcionalismo público brasileiro, baseado em dados do Anuário de Gestão de Pessoas no Serviço Público 2025 (República.org) e do Atlas do Estado Brasileiro (Ipea), revela detalhes sobre o perfil e a remuneração dos servidores.

O Perfil do Servidor Público Brasileiro

A maior parte dos servidores públicos atua nos municípios e no Poder Executivo. Observa-se que há mais servidores concursados do que temporários e comissionados no País. Em termos de cargos comissionados, os municípios superam a União e os Estados.

Analisando o recorte de gênero e raça, o serviço público brasileiro é predominantemente composto por mulheres e pessoas negras. Contudo, as mulheres mostram-se sub-representadas no Executivo federal. Curiosamente, os municípios concentram mais servidores negros do que os Estados e o Governo federal, e em todas as esferas, a presença feminina é maior.

Apesar da representatividade de mulheres e negros na base, a maioria dos cargos de Liderança são ocupados por pessoas brancas.

Gráfico mostrando a distribuição de servidores públicos por esfera e poder no Brasil, com foco na reforma administrativa.
Distribuição de servidores públicos por esfera e poder.

Gastos e Estrutura do Serviço Público

Contrariando a percepção comum, o Estado brasileiro não apresenta um excesso de profissionais públicos em comparação a outros países. No entanto, o gasto com funcionários públicos ativos e aposentados é superior.

Cerca de 60% de todas as ocupações no serviço público estão concentradas nas áreas de ensino, serviços administrativos e saúde. Essa concentração indica a prioridade do governo em serviços essenciais à população.

Comparativo de gastos com servidores públicos ativos e aposentados entre o Brasil e outros países, destacando a reforma administrativa.
Gastos com servidores públicos no Brasil em comparação internacional.

Remuneração e Desigualdades

Um dado relevante é que 90% dos profissionais públicos civis recebem, no máximo, R$ 13.120,30. Apenas uma minoria, equivalente a 0,06% do total, percebe supersalários, ou seja, remunerações que ultrapassam o teto constitucional, fixado atualmente em R$ 46,4 mil mensais. O Poder Judiciário concentra os salários mais altos, e, em geral, servidores públicos ganham mais do que profissionais em posições semelhantes no setor privado.

A maioria dos profissionais públicos civis no Brasil possui um nível de escolaridade mais elevado. Em contrapartida, jovens ainda são pouco representados no quadro de servidores.

Avaliação de Desempenho: Um Desafio para a Reforma

A avaliação de desempenho de servidores é um ponto crucial da reforma administrativa, mas a prática ainda é incipiente no serviço público brasileiro. Na maioria dos casos, os servidores não são submetidos a avaliações formais. Quase metade dos Estados e seis em cada dez capitais carecem de regulamentação para avaliação de desempenho em toda a administração pública.

Mesmo entre os que possuem alguma forma de avaliação, ela é frequentemente restrita à progressão ou promoção, sem uma integração mais ampla. Minas Gerais se destaca por ser o único Estado a prever o desligamento de servidores por baixo desempenho. No governo federal, mais da metade dos servidores não tem o desempenho avaliado, mesmo com o Programa de Gestão e Desempenho em vigor.

A discussão sobre a reforma administrativa e a estruturação do serviço público é fundamental para a eficiência da máquina pública e para o debate sobre o uso de recursos públicos, especialmente no contexto de demandas por mais eficiência e responsabilidade fiscal.

Fonte: Estadão

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