PEC da Segurança Pública: Câmara avança com votação até fim do ano

Câmara dos Deputados avança com a PEC da Segurança Pública. Saiba os pontos chave, as mudanças previstas pelo relator e o cronograma para votação até o fim do ano.
PEC da Segurança Pública — foto ilustrativa PEC da Segurança Pública — foto ilustrativa

A Câmara dos Deputados planeja votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública até o final deste ano. A iniciativa visa integrar as forças de segurança do país e surge em meio a debates sobre o combate ao crime organizado, intensificados após recente operação policial no Rio de Janeiro.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, indicou que o Calendário de votação prevê a análise da PEC nas primeiras semanas de dezembro. A proposta, apresentada pelo governo Lula, já obteve aprovação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aguarda parecer da comissão especial. O governo considera a PEC um trunfo para a área de segurança, um tema cada vez mais relevante nas pesquisas eleitorais para 2026.

Contexto e Reação à Proposta

A PEC da Segurança Pública ganhou força no debate político após uma operação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro, que resultou em um alto número de mortes. A proposta busca estabelecer diretrizes nacionais para a atuação das forças de segurança e promover a integração entre elas.

No entanto, a PEC não é consensual entre todos os governos Estaduais e secretários de segurança, que expressam preocupações sobre um possível engessamento da atuação local. A proposta original, ainda sem grandes alterações do relator, permite que o governo federal defina diretrizes nacionais, mas reafirma a autonomia dos estados e municípios na formulação de suas estratégias, mantendo a subordinação das polícias aos governadores.

Principais Pontos da PEC da Segurança Pública

A proposta estabelece um plano nacional de segurança pública e coordenação do sistema único de segurança pública e penitenciário, com participação dos estados e municípios. A Polícia Federal (PF) terá competência ampliada para investigar organizações criminosas, milícias e crimes ambientais. Atualmente, a atuação da PF nessas áreas depende de federalização ou decisão judicial, conforme explicou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) será renomeada para Polícia Viária Federal e terá sua atuação estendida ao patrulhamento de ferrovias e hidrovias federais, além de poder auxiliar as polícias estaduais sob solicitação.

Policiais em operação, representando a PEC da Segurança Pública
Representação de ação policial, tema central da PEC da Segurança Pública.

As guardas civis municipais serão reconhecidas como integrantes do Sistema Único de Segurança Pública, podendo realizar policiamento ostensivo e prisões em flagrante, alinhado a decisões recentes do STF. Contudo, suas ações não poderão sobrepor às polícias civil e militar.

A PEC também determina que todas as forças de segurança do país contem com corregedorias autônomas para apurar infrações de agentes. Para as guardas municipais, serão criadas ouvidorias com autonomia, e estarão sujeitas ao controle do Ministério Público.

Alterações Previstas pelo Relator

O relator da PEC, deputado Mendonça Filho, sinalizou possíveis alterações. Uma delas foi a exclusão de um trecho que conferia exclusivamente à União a definição de normas gerais de segurança pública, visando evitar a centralização de poderes. Há também a possibilidade de endurecimento das regras para benefícios penais a criminosos de facções e a retomada da Prisão após condenação em segunda instância, tema que já gerou entendimentos divergentes no STF.

Próximos Passos e Tramitação

O relator deve apresentar suas sugestões de mudança em 4 de dezembro. Após a análise na comissão especial, o texto será levado ao plenário principal da Câmara, necessitando de ao menos 308 votos favoráveis em dois turnos. Posteriormente, a PEC seguirá para o Senado. Se aprovada em ambas as Casas, poderá ser promulgada pelos congressistas, sem necessidade de sanção presidencial.

Fonte: G1

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