Ouro: Preço recua após recorde, mas fecha semana com ganhos expressivos

Os preços dos contratos futuros do ouro fecharam a sessão de sexta-feira em queda, após atingirem uma máxima histórica acima de US$ 4.300 por onça-troy na véspera. A retração reflete um tom mais conciliador do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre tarifas comerciais com a China, o que diminuiu a demanda por ativos considerados seguros. O leve avanço do dólar no exterior também pressionou o metal precioso.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para outubro fechou em queda de 2,12%, cotado a US$ 4.213,3 por onça-troy. Apesar do recuo diário, os preços do ouro subiram 5,9% na semana e acumulam uma valorização de mais de 60% no ano, demonstrando a força do ativo como reserva de valor.

Contexto das Tarifas e Declarações de Trump

Donald Trump confirmou uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, e expressou otimismo sobre as relações bilaterais, afirmando que os EUA “vão se dar bem com a China” e que se dá bem com o líder chinês. Ele também declarou que sua proposta de tarifas adicionais de 100% sobre produtos da China não era sustentável. Essas declarações amenizaram as tensões comerciais, reduzindo o apelo do ouro como Porto seguro no curto prazo.

Fatores que Sustentam o Preço do Ouro

Apesar da correção recente, os preços do ouro permanecem em patamares elevados. Essa sustentação é explicada por uma série de fatores, incluindo compras robustas por parte de bancos centrais globais e fortes entradas de capital em fundos de índices (ETFs) lastreados no metal. A expectativa de queda nas taxas de juros nos Estados Unidos, além da paralisação do Governo americano, também contribuem para o cenário favorável ao ouro. O Commerzbank, em nota, avalia que a alta para novos níveis recordes provavelmente continuará, reforçando a visão de que o metal precioso se mantém como um investimento estratégico.

Análise de Mercado e Perspectivas Futuras

A volatilidade observada no preço do ouro reflete o delicado equilíbrio entre as tensões geopolíticas e os movimentos de política monetária. Analistas de Mercado monitoram de perto as decisões sobre tarifas e os indicadores econômicos dos EUA, que tendem a influenciar diretamente a atratividade de ativos como o ouro. A estratégia de bancos centrais em diversificar suas reservas, incluindo o metal, também sinaliza uma confiança crescente em sua capacidade de proteger o valor diante de incertezas globais. A busca por diversificação e proteção de portfólio continua sendo um motor importante para o desempenho do ouro.

Fonte: Valor Econômico