Ouro e Prata: Goldman Sachs alerta sobre riscos e potencial futuro

Ouro e prata máximas — foto ilustrativa Ouro e prata máximas — foto ilustrativa

Enquanto o cenário global é marcado por incertezas e tensões tarifárias, os metais preciosos, como o ouro e a prata, têm alcançado recordes no Mercado financeiro. Recentemente, o ouro atingiu uma alta inédita, enquanto a prata renovou seu nível mais alto em 45 anos, segundo levantamentos de mercado.

Na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex), o ouro para dezembro encerrou em alta de 0,73%, a US$ 4.163,4 por onça-troy, após atingir o pico de US$ 4.190,90. A prata para o mesmo mês subiu 0,38%, alcançando US$ 50,62 por onça-troy, após ter chegado a US$ 52,49 durante o pregão.

Potencial de Valorização: Prata vs. Ouro no Médio Prazo

Em um relatório recente, o Goldman Sachs analisou o potencial de valorização dos metais preciosos. Os analistas acreditam que, no médio prazo, o preço da prata tem potencial para continuar subindo, impulsionada pelos mesmos fluxos de investimento privado que sustentam o ouro. Essa tendência é reforçada pela perspectiva de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed).

Contudo, a análise do banco americano destaca uma diferença crucial no curto prazo: a prata apresenta um risco de queda e maior volatilidade em comparação com o ouro. O ouro, por sua vez, é visto como uma commodity única, beneficiada por uma demanda estrutural por parte dos bancos centrais.

Gráfico de preços do ouro e prata nas máximas históricas, com análise do Goldman Sachs sobre riscos.
Cotações de ouro e prata atingem recordes, mas perspectivas divergem.

Análise de Fluxos de Investimento e Liquidez

A demanda de investimento é apontada como o principal motor dos preços da prata. O Goldman Sachs estima que entradas de 1.000 toneladas de prata em fundos negociados em bolsa (ETFs) ou posições especulativas podem elevar o preço do metal em cerca de 1,6%. Essa correlação se dá porque os fluxos de investimento privado tendem a se mover de forma conjunta nos mercados de ouro e prata, mantendo historicamente a relação entre seus preços.

No entanto, desde 2022, o ouro tem se desvinculado dessa relação devido ao aumento das compras por bancos centrais. A prata, sem esse suporte institucional, ficou para trás nesse período. Com a expectativa de cortes nos juros do Fed e o retorno dos fluxos para ETFs, a prata está em processo de recuperação. Seu mercado, menos líquido e aproximadamente 9 vezes menor que o do ouro, amplifica os movimentos de preço.

Recentemente, uma restrição temporária de liquidez nos estoques de prata em Londres – o principal centro global de negociação física do metal – contribuiu para a alta expressiva da prata (+35% desde 26 de agosto). A rápida absorção por ETFs lastreados em prata física e preocupações com tarifas nos EUA também impactaram a disponibilidade e impulsionaram os preços. Espera-se que esse desequilíbrio se normalize com o tempo, com preços mais altos incentivando o retorno do metal para Londres e restaurando a liquidez.

Ouro Ancorado por Bancos Centrais, Prata com Riscos de Curto Prazo

Os analistas do Goldman Sachs reiteram que, embora a prata possa continuar subindo no médio prazo com os cortes de juros atraindo mais investimentos, os riscos de volatilidade e queda no curto prazo são maiores do que para o ouro. A Falta de suporte estrutural dos bancos centrais para a prata é um fator determinante.

Existem três razões principais pelas quais o ouro é preferido pelos bancos centrais em relação à prata:

  • O ouro possui propriedades físicas superiores para reservas: é mais raro, valioso e denso, facilitando armazenamento e transporte.
  • A prata não possui o mesmo perfil institucional e econômico, não sendo reconhecida como reserva pelo FMI e tendo forte exposição industrial, o que a torna pró-cíclica.
  • Mesmo com o preço elevado, os bancos centrais gerenciam valor e mantêm reservas passivas, necessitando de menos volume de ouro se o preço subir para manter a alocação.

Apesar da ausência de suporte oficial, a prata se beneficia da demanda industrial, especialmente na produção de painéis solares. Contudo, o crescimento desse setor está desacelerando, e os fabricantes têm utilizado menos prata por gigawatt, buscando alternativas, o que limita esse suporte à demanda.

Um fator de incerteza adicional para a prata são as possíveis tarifas sobre minerais críticos nos EUA, que incluem o metal. Isso pode atrasar o retorno do metal para Londres e prolongar a restrição de liquidez, aumentando os riscos no curto prazo.

Fonte: InfoMoney

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