Marcos Lisboa: Volatilidade Econômica Freia Crescimento do Brasil

Marcos Lisboa explica que a volatilidade econômica e a má alocação de capital freiam o desempenho do Brasil frente a outras nações emergentes.
baixo desempenho do Brasil — foto ilustrativa baixo desempenho do Brasil — foto ilustrativa

A volatilidade econômica brasileira é apontada como o principal motivo para o baixo desempenho do País quando comparado a outras nações emergentes. A avaliação foi feita pelo economista Marcos Lisboa durante o Painel GCB “O valor da incerteza”, realizado em São Paulo.

Lisboa ressaltou que enquanto o mundo avançou significativamente, o Brasil ficou para trás. “O mundo inteiro evoluiu muito e nós ficamos para trás, porque o Brasil oscila entre graves crises e períodos de forte crescimento. Na média, ficamos abaixo de outros emergentes, sem seguir a regra da convergência”, explicou.

O ex-presidente do Insper atribui essa estagnação à persistência do Brasil na chamada “armadilha da renda média”, um cenário onde o país falha em estabelecer as condições necessárias para garantir níveis adequados de produtividade, inovação e concorrência.

“O nome do jogo é produtividade, e nossa indústria ficou para trás. Temos bons resultados em tecnologia, no setor bancário e no agronegócio, mas um problema macroeconômico crucial: o ajuste fiscal. Não dá para seguir aumentando a arrecadação para cobrir gastos públicos. Hoje quem está sendo o adulto da casa é o Banco Central, mantendo juros altos”, afirmou Lisboa.

Marcos Lisboa também criticou a infraestrutura precária, o sistema tributário excessivamente complexo e a regulação exagerada. Esses fatores, segundo ele, geram insegurança jurídica e afastam investimentos, resultando em uma “má alocação de capital”.

A volatilidade econômica, de acordo com o economista, agrava a desigualdade e impõe desafios adicionais ao desenvolvimento do Brasil. “A análise de riscos é o maior desafio, porque é preciso entender esse ambiente tão complexo, com regras peculiares e incerteza jurídica”, comentou.

Para reverter esse quadro, Lisboa enfatizou a urgência de aprimorar a educação e a qualificação da mão de obra, elementos essenciais para impulsionar os ganhos de produtividade. “Precisamos de uma agenda forte para resolver essas distorções, que acabam sendo as amarras do País”, concluiu.

O economista e fundador do Instituto Misis Brasil, Hélio Beltrão, corroborou a análise, afirmando de forma categórica: “O Brasil é uma aula de como fazer errado”.

Fonte: InfoMoney

Adicionar um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Imagens e vídeos são de seus respectivos autores.
Uso apenas editorial e jornalístico, sem representar opinião do site.

Precisa ajustar crédito ou solicitar remoção? Clique aqui.

Publicidade