Operação no Rio: 500 criminosos do Comando Vermelho reagiram a ação

Governo do Rio estima que 500 homens do Comando Vermelho reagiram à megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que deixou 121 mortos.
Comando Vermelho — foto ilustrativa Comando Vermelho — foto ilustrativa
A man is detained by police officers during a police operation against drug trafficking at the favela do Penha, in Rio de Janeiro, Brazil October 28, 2025. REUTERS/Aline Massuca

O governo do Rio de Janeiro estima que aproximadamente 500 integrantes do Comando Vermelho participaram ativamente da reação durante a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, ocorrida em 28 de outubro. A ação resultou na morte de 121 pessoas, incluindo quatro policiais.

Essa estimativa está detalhada em um relatório entregue pelo governador Cláudio Castro (PL) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento foi apresentado no âmbito da ADPF 635, conhecida como ADPF das Favelas.

O relatório aponta que o número de suspeitos mortos — 117, segundo a contagem oficial — representa cerca de 23% do total de homens armados mobilizados pela facção criminosa para confrontar as forças de segurança. O ministro Moraes esteve no Rio de Janeiro no dia 3 de novembro para se reunir com Castro e a cúpula de segurança pública estadual.

2.500 agentes participaram da Operação Contenção

A operação, batizada de Contenção, mobilizou um efetivo de 2.500 policiais. Deste total, 650 eram da Polícia Civil e 1.800 da Polícia Militar. Os agentes estavam munidos com fuzis de calibres 5,56 e 7,62, armamento similar ao utilizado pelos criminosos.

De acordo com o documento, parte dos membros do CV utilizava roupas camufladas para dificultar a identificação. Eles dispunham de fuzis automáticos, granadas, pistolas com kit rajada, armas de grosso calibre (.50 e .30) e explosivos. As forças de segurança também identificaram trincheiras e casas-mata que serviam como pontos de resistência em áreas de mata fechada.

O intenso tiroteio se estendeu por mais de 12 horas, resultando em 13 policiais feridos e quatro civis atingidos por disparos.

Dificuldades na preservação de cenas de confronto

O governo Fluminense admitiu dificuldades na preservação das cenas de confronto na serra da Misericórdia, local onde os embates foram mais intensos. O relatório destaca que os policiais precisaram simultaneamente resguardar suas vidas, cumprir ordens judiciais e decidir, sob risco iminente, entre a preservação da cena e a proteção de vidas em perigo.

Moradores relataram a remoção de corpos por civis, que foram levados ao Hospital Estadual Getúlio Vargas e à Praça da Penha. Posteriormente, o Governo informou ter localizado 61 cadáveres na área de mata.

Falhas técnicas em equipamentos de gravação

Um relatório Técnico anexo à documentação enviada ao STF indica que as equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) utilizaram câmeras corporais para registrar a operação. No entanto, parte dos equipamentos apresentou falhas técnicas.

A duração das baterias, estimada em cerca de 12 horas, teria sido inferior ao tempo total dos confrontos. O governo informou que os incidentes foram comunicados à empresa responsável pela manutenção dos dispositivos.

A violência e a escala da operação levantam debates sobre as estratégias de segurança pública no Rio de Janeiro e o uso da força em áreas de alta criminalidade.

Fonte: InfoMoney

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