FMI: Onda Protecionista Gera Incerteza Global; Brasil Cresce 2,4%

FMI projeta crescimento de 2,4% para o Brasil em 2024 em meio a incertezas globais e onda protecionista. Saiba mais sobre os riscos e projeções.
Onda protecionista — foto ilustrativa Onda protecionista — foto ilustrativa

O cenário econômico global é marcado por uma incerteza aguda, impulsionada pela crescente onda protecionista, segundo as novas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI). O Brasil deve registrar um crescimento de 2,4% neste ano e 1,9% em 2025. O FMI aponta que o maior protecionismo, a fragmentação econômica e a incerteza sobre o médio prazo compõem o quadro geral.

Apesar do cenário desafiador, o FMI elevou a projeção de crescimento mundial para 2025 em 0,2 ponto percentual em relação a julho, para 3,2%, embora inferior aos 0,1 ponto do ano passado. O aumento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ficará aquém do esperado para países emergentes e em desenvolvimento, que devem crescer 4,2% e 4% respectivamente. China e Índia continuam sendo os principais motores de crescimento no mundo emergente, com projeções de expansão de 4,8% e 4,2% para a China em 2024 e 2025, e 6,6% e 6,2% para a Índia.

O Impacto do Protecionismo e Fragmentação Global

A tendência protecionista, embora tenha mostrado atenuação recente, tem gerado significativa incerteza e fragmentação no Mercado global, revertendo a tendência histórica de maior integração. Segundo o FMI, incertezas prolongadas podem impactar negativamente o consumo e o investimento produtivo. O aumento de barreiras comerciais, incluindo as não tarifárias, tem o potencial de desorganizar cadeias produtivas e frear o crescimento econômico. Riscos adicionais incluem restrições à imigração e o encarecimento do crédito decorrente da piora nas contas públicas.

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Independência de Bancos Centrais Sob Pressão

O relatório do FMI também alerta para o risco de interferências e pressões contra a independência de instituições como os bancos centrais. O caso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tentou interferir na política de juros do Federal Reserve, mas foi repelido por Jerome Powell, é um exemplo de tais pressões. No Brasil, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, tem conseguido manter autonomia em seu trabalho, ao mesmo tempo em que cultiva relações próximas com o Executivo. O documento do FMI, conhecido como World Economic Outlook, menciona a introdução de tarifas comerciais pelos Estados Unidos em fevereiro como um exemplo de ações que podem desarranjar o comércio global.

Fonte: Estadão

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