Nova Política Habitacional: Governo Muda Regras da Poupança para Crédito

O governo federal anunciará uma nova política habitacional focada na expansão do crédito para a classe média. A principal inovação prevê a alteração na destinação dos depósitos compulsórios da poupança, liberando parte dos recursos retidos pelo Banco Central para o financiamento de imóveis. O anúncio oficial ocorrerá nesta sexta-feira, 10, em São Paulo, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Entenda a Mudança na Destinação da Poupança

Atualmente, o Banco Central exige que os bancos mantenham 20% dos depósitos de poupança como compulsório, o que limita o volume de crédito imobiliário disponível. A proposta em discussão visa reduzir esse percentual e destinar 80% do montante liberado exclusivamente para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Os 20% restantes seriam direcionados ao Sistema Financeiro Imobiliário (SFI).

O ministro das Cidades, Jader Filho, destacou a necessidade de reverter a atual retração no crédito imobiliário, cenário agravado pelas altas taxas de juros. “Hoje, famílias de classe média encontram juros entre 19% e 22% ao ano, o que torna o financiamento praticamente inviável”, afirmou o ministro durante audiência pública no Senado.

Impacto da Nova Política Habitacional no Mercado

Jader Filho explicou que a discussão sobre a mudança na lógica de destinação dos recursos da poupança tem sido tratada desde o final de 2023, em diálogo com o Banco Central. A preocupação central é a escassez de recursos para o setor, que pode privar parte da população da possibilidade de adquirir sua casa própria. “A poupança sempre foi o principal instrumento de financiamento habitacional do País, e precisamos restabelecer esse papel”, ressaltou.

O governo estima que essa nova política possa injetar até R$ 150 bilhões no crédito habitacional até 2026. Essa injeção de recursos é vista como um importante estímulo para a construção civil e para a geração de empregos no setor. A falta dessa recomposição poderia levar a uma retração no setor imobiliário, com impactos negativos sobre o Produto Interno Bruto (PIB).

A medida busca reativar um setor crucial para a economia. Uma política habitacional robusta, com acesso facilitado ao crédito, é fundamental para o desenvolvimento do país e para a melhora da qualidade de vida dos cidadãos.

Próximos Passos e Expectativas

A expectativa é que o anúncio oficial detalhe os mecanismos de implementação e os cronogramas para a liberação dos novos recursos. Especialistas do mercado imobiliário e da construção civil acompanham atentamente as movimentações do governo, avaliando o potencial impacto da nova política habitacional na economia. A retomada do crédito para a classe média é vista como um passo essencial para impulsionar o setor e gerar mais oportunidades de trabalho.

Fonte: InfoMoney