Nobel Philippe Aghion: “Brasil precisa premiar risco, não inércia”

Nobel Philippe Aghion defende que o Brasil premie o risco e a inovação, não a inércia. Entenda as implicações para políticas públicas e o crescimento econômico.
Philippe Aghion Brasil premiar risco — foto ilustrativa Philippe Aghion Brasil premiar risco — foto ilustrativa

Philippe Aghion, laureado com o Prêmio Nobel de Economia de 2025, defende que o Brasil deve focar em políticas que incentivem o risco e a inovação, em vez de proteger a inércia. Suas contribuições revolucionaram a compreensão do progresso técnico como motor de crescimento sustentável, enfatizando que o avanço econômico resulta de escolhas racionais moldadas por incentivos e políticas públicas.

Aghion, que orientou o autor em seu pós-doutorado em Harvard, observou que suas ideias, precisas e economicamente intuitivas, influenciaram a pesquisa acadêmica, políticas públicas e estratégias de investimento.

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Philippe Aghion discute o progresso técnico.

O Conceito de Progresso Técnico Endógeno

A contribuição central de Aghion foi dar forma rigorosa à ideia de Joseph Schumpeter sobre a destruição criadora. O progresso Técnico, segundo Aghion, não é um acaso, mas o resultado de decisões estratégicas de empresas que investem em inovação, mesmo diante do risco de serem superadas por novos competidores. Essa visão, conhecida como progresso técnico endógeno, ressalta a importância dos incentivos, instituições e políticas públicas na moldagem do comportamento econômico.

No modelo de Aghion, as empresas calculam o investimento em pesquisa e desenvolvimento para criar novidades e obter monopólio temporário. Elas ponderam Custos, riscos e a atração de concorrentes que buscarão substituí-las. O modelo resolve o dilema entre investir alto e estimular rivais, ou investir pouco e ter menor chance de inovar, tornando-se um pilar das modernas teorias de crescimento e da economia da inovação.

Implicações para Políticas Públicas

O trabalho de Aghion oferece implicações diretas para a formulação de políticas:

  • Educação: Um país precisa de capital humano qualificado para sustentar ganhos de produtividade. A pesquisa e a aplicação de novas tecnologias dependem de pessoas preparadas. Países imitadores necessitam de sistemas educacionais que transformem conhecimento importado em produtividade doméstica.
  • Concorrência e Patentes: O equilíbrio entre concorrência e propriedade intelectual é crucial. Aghion demonstrou que um ambiente com crédito acessível e instituições sólidas, que permitam a entrada de novos concorrentes e promovam competição dinâmica, juntamente com um sistema de patentes eficiente, é o ideal. A concorrência e a proteção devem ser dosadas precisamente para a Renovação econômica sem fechamento.
  • Política Industrial: O Estado deve criar condições para o surgimento de novas empresas, estimulando competição dinâmica em vez de proteger incumbentes. Crédito público deve priorizar firmas pequenas com potencial de inovação. Subsídios e proteção contra concorrência são erros. O papel do Estado é fomentar a entrada, experimentação e mobilidade.

A Mensagem para o Brasil

A mensagem de Philippe Aghion para o Brasil é clara: é necessário reduzir a proteção excessiva e a Punição a empreendedores. O país precisa de um ambiente regulatório e tributário que premie o risco, e não a inércia. A demanda por instituições confiáveis, regras estáveis e educação de qualidade é fundamental. O sistema deve valorizar quem inova, não quem sobrevive em estruturas protegidas. O crescimento sustentável advém da plena operação da destruição criadora, transformando rupturas em progresso.

Philippe Aghion é um exemplo de mente que une teoria e prática, cujas ideias não apenas explicam, mas também ajudam a transformar o mundo. Sua sabedoria é um chamado à ação para que o Brasil implemente políticas que impulsionem a inovação e o desenvolvimento.

Fonte: Estadão

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