Brasil envia ‘tropa de choque’ aos EUA para negociar tarifas na próxima semana

O Governo brasileiro busca acelerar as negociações sobre tarifas com os Estados Unidos, enviando uma comitiva de alto escalão para Washington na próxima semana. A intenção é ter uma reunião no mais alto nível possível para discutir a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros exportados pelos EUA.

Uma fonte do governo indicou que a expectativa é realizar o encontro já na semana seguinte, com a participação dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio, e vice-presidente).

Apesar da urgência brasileira em suspender imediatamente o tarifaço, a reunião entre negociadores brasileiros e americanos, realizada na Malásia, foi considerada positiva, mesmo sem um acordo imediato para o cancelamento da sobretaxa. O presidente Lula havia sinalizado a Donald Trump o desejo de suspender a aplicação da tarifa como um gesto de boa vontade.

Participação nas negociações

Na reunião em questão, o Brasil foi representado por Mauro Vieira, o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, e Audo Faleiro, assessor internacional da Presidência. Do lado americano, Scott Bessent, secretário do Tesouro, e Jamieson Greer, representante do Comércio, estiveram presentes.

Embora haja otimismo por parte de Trump em relação a um desfecho rápido, um cronograma claro para as negociações ainda não foi definido. Os assessores presidenciais americanos acompanharão Trump na cúpula da Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (APEC), em Seul, onde a pauta com a China será prioritária.

Prioridades e demandas brasileiras

O governo brasileiro também tem como foco a contagem regressiva para a COP30 em Belém. No entanto, a negociação com os EUA é tratada como prioridade, caso seja agendada. Além da Suspensão das tarifas, o Brasil espera o cancelamento de sanções contra autoridades brasileiras, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

A existência de negociações anteriores sobre uma tarifa de 10% imposta pelos EUA é vista como um fator que pode agilizar o acordo. Negociadores acreditam que o caminho para um consenso já está parcialmente mapeado.

Sinal positivo de Trump

Um indicativo de que os EUA podem estar mais abertos a um acordo foi a resposta de Donald Trump a perguntas da imprensa durante seu voo da Malásia para o Japão. Ele elogiou Lula e parabenizou o presidente brasileiro por seu aniversário de 80 anos, mencionando a possibilidade de um acordo e a tarifa de 50% que os EUA estariam cobrando.

Trump descreveu a reunião com Lula como “ótima” e “muito impressionante”, demonstrando um tom amistoso que reforça as expectativas brasileiras por um desfecho positivo nas negociações tarifárias.

Fonte: InfoMoney