A Coalizão Nacional de Mulheres, composta por lideranças feministas progressistas, criticou publicamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira (17). Segundo o movimento, o Governo tem ignorado pautas de gênero e raça, apesar da contribuição desses grupos para o retorno do petista ao poder em 2022. A insatisfação surge diante da expectativa de que Lula indicará para o Supremo Tribunal Federal (STF) um homem branco, especificamente o advogado-geral da União, Jorge Messias.
Nomeação para o STF e Pautas de Gênero
O movimento, que conta com a participação de personalidades como a presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha, e a defensora pública de São Paulo, Mônica de Melo, revelou ter entregue uma carta à primeira-dama, Janja, expondo os argumentos sobre a importância simbólica de uma mulher na Corte. No entanto, os esforços parecem não ter surtido efeito.
Críticas ao Governo Lula
Em nota, a Coalizão Nacional de Mulheres declarou que a escolha de mais um homem para compor o STF reforça a percepção de que o governo Lula negligencia as agendas de gênero e raça que foram cruciais para sua eleição. A advogada Adriana Cecilio, especialista em direito constitucional e diretora da coalizão, foi uma das porta-vozes da crítica.
“A Coalizão entregou esta semana ao Gabinete da Presidência da República duas cartas, uma endereçada ao Presidente da República e outra à Primeira-dama, nas quais a CNM apresenta argumentos a respeito do aspecto simbólico que a nomeação de uma mulher para o Supremo Tribunal Federal poderá acarretar à sociedade brasileira”, detalha o comunicado, evidenciando a tentativa de diálogo com o governo.
Fonte: Estadão