Morre Paulo Frateschi, fundador do PT, em velório na Assembleia de SP

O ex-deputado estadual e um dos fundadores do PT, Paulo Frateschi, de 75 anos, está sendo velado na Assembleia Legislativa de São Paulo. Conhecido como Paulão, Frateschi foi morto a facadas por seu filho, Francisco, na véspera.

O sepultamento está marcado para as 15h30 no Cemitério Memorial Parque Jaraguá. Ele deixa esposa, filhos, netos e irmãos.

O presidente nacional do PT, Edinho Silva, relembrou a trajetória de Frateschi, destacando sua militância pela democracia durante a ditadura militar. “É uma liderança muito forte na história do PT. Alguém que dedicou sua vida à construção de um projeto, de um sonho, de um Brasil mais justo, mais humano. Infelizmente é uma perda trágica”, declarou Silva, presente no velório.

Frateschi teve participação ativa contra a ditadura militar pela Ação Libertadora Nacional (ALN), sendo preso e torturado. Após a redemocratização, foi fundamental na fundação do PT e presidiu o diretório paulista. Atuou como secretário municipal em gestões petistas e era próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tendo participado de suas campanhas e caravanas.

Edinho Silva comentou sobre a morte do ex-deputado, referindo-se a ela como uma “morte trágica” e mencionando a necessidade de tratamento para “doenças do século XXI”. Francisco, filho de Frateschi, de 34 anos, teria agido em surto ao desferir as facadas. Amigos indicam que ele estava em tratamento psiquiátrico.

Esta não é a primeira tragédia familiar para Frateschi. Há pouco mais de duas décadas, ele perdeu dois filhos em acidentes de carro: Pedro, aos 7 anos, em 2002, e Júlio, com 16 anos, no ano seguinte.

O presidente Lula lamentou a perda em sua conta na rede social X, descrevendo Frateschi como “um grande e leal companheiro” com quem compartilhou “décadas de Lutas por um Brasil mais justo”. Lula destacou a simpatia, capacidade agregadora e coragem de Frateschi, ressaltando sua bravura contra o autoritarismo e sua contribuição para a fundação e consolidação do PT.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, também expressou pesar em nota no X, chamando Frateschi de “companheiro querido, homem fraterno e referência de compromisso público e político no Brasil”. Haddad, que foi prefeito de São Paulo quando Frateschi atuou como secretário, elogiou sua dedicação e excelência.

O PT nacional emitiu nota de solidariedade, enaltecendo a “coragem, integridade e compromisso” de Frateschi com o partido e a busca por um país mais justo. A legenda afirmou que o legado de Frateschi, marcado pela luta por Justiça e inclusão, permanecerá vivo.

A bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo também manifestou pesar, ressaltando a importante atuação de Frateschi como militante político.

Fonte: Valor Econômico