O Morgan Stanley reitera seu otimismo com a Bolsa brasileira, projetando um ciclo de afrouxamento monetário a partir de março de 2026. A instituição financeira prevê cortes totais de 350 pontos-base na Selic ao longo de 2026, mas alerta os investidores sobre a necessidade de seletividade na escolha de ativos.

A análise do banco indica que as ações mais sensíveis a juros já apresentaram forte desempenho, com alta de 35% no ano. Atualmente, o Morgan Stanley prefere papéis com sensibilidade equilibrada a juros e contribuição positiva dos lucros operacionais.
Nesse contexto, o Morgan Stanley reafirmou sua recomendação overweight para o setor de serviços financeiros, destacando empresas como XP (XP), BTG Pactual (BTG Pactual) e B3 (B3).
Corte de Juros Apenas em 2026: Análise do Morgan Stanley
Apesar dos sinais de desaceleração econômica, o Morgan Stanley projeta que o Banco Central do Brasil (BC) manterá a taxa de juros em 15% até o fim de 2025. A redução da Selic só deve começar em março de 2026, impulsionada por expectativas de inflação persistente acima da meta e pela resiliência da atividade econômica.
Embora a inflação geral esteja em processo de moderação, a inflação de serviços continua elevada, atrelada a um Mercado de trabalho aquecido, e deve permanecer acima das metas até 2026.
Para o banco, os riscos fiscais tendem a aumentar no final do ano, reforçando a visão de um início tardio para o ciclo de afrouxamento monetário. Indicadores-chave como o PIB do 4º trimestre, contas externas, tendências do mercado de trabalho e riscos fiscais serão cruciais para observar até dezembro.

O Morgan Stanley enfatiza a necessidade de um equilíbrio entre o Governo e o Banco Central para promover uma desaceleração econômica que viabilize cortes de juros sem induzir uma recessão. “Um crescimento econômico mais alto atualmente representa um risco negativo para as ações, mas uma recessão também seria uma má notícia”, conclui o relatório.
Fonte: InfoMoney