O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes solicitou que o ministro Flávio Dino, presidente da Primeira Turma da Corte, marque o julgamento do núcleo dois da trama golpista. Este grupo é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de coordenar ações para monitorar e neutralizar autoridades públicas.
Acusações contra o Núcleo Dois
As acusações contra o núcleo dois incluem a elaboração da chamada “minuta golpista”, um projeto de decreto que visava implementar medidas de exceção no país. Além disso, o grupo é apontado como responsável por atuar para impedir a votação de eleitores na região Nordeste nas eleições de 2022. Uma das iniciativas atribuídas a este núcleo foi a solicitação de blitze da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno das eleições de 2022, com o objetivo de barrar o Acesso de eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva aos locais de votação.
Membros do Núcleo Dois e Estratégias de Desinformação
Integram o núcleo dois figuras como Filipe Martins, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais do Governo de Jair Bolsonaro; o coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Marcelo Costa Câmara; o general da reserva e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, Mario Fernandes; o ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques; a delegada da Polícia Federal (PF) Marília Ferreira de Alencar e o delegado da PF Fernando de Sousa Oliveira.
Em paralelo, a Primeira Turma do STF iniciará na próxima terça-feira o julgamento do núcleo quatro da trama golpista, com encerramento previsto para 22 de outubro. Este grupo é acusado de articular ações de desinformação sobre as eleições, organizar ataques virtuais contra autoridades e pressionar o comando das Forças Armadas a aderir ao golpe. Eles também estariam envolvidos na elaboração de um relatório fraudulento sobre o funcionamento das urnas eletrônicas.
Cronograma de Julgamentos
O julgamento do núcleo três, composto por 10 réus, tem previsão de início em 11 de novembro, com término marcado para o dia 19 do mesmo mês. A antecipação do julgamento do núcleo dois pelo STF indica o avanço das apurações sobre os eventos que precederam e sucederam as eleições de 2022, com foco na desarticulação de planos que visavam subverter a ordem democrática.
Fonte: Valor Econômico