O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou nesta quinta-feira (23) que o cenário atual do mercado de consumo no Brasil se mostra particularmente favorável para novos investimentos. Segundo ele, a taxa de desemprego atingiu seu menor patamar histórico em 5,8%, coincidindo com um pico de renda, o que indica um mercado de trabalho aquecido e uma economia em franca expansão.
Crescimento Econômico Sustentado
Galípolo ressaltou que a economia brasileira tem crescido consistentemente acima de 3%, com projeções próximas a 4% nos últimos quatro anos, superando as expectativas de economistas e o próprio PIB potencial do país. Esse avanço é impulsionado não apenas pelo PIB, mas também pelo crescimento do consumo e, notavelmente, pelo investimento em infraestrutura, que deve atingir um Recorde histórico em 2026, com forte participação do setor privado.
https://www.youtube.com/watch?v=example_video_id_1
Trajetória da Moeda Brasileira e Vantagens Competitivas
O presidente do BC relembrou a desvalorização do real no final de 2024, associada a fatores globais, como a eleição de Donald Trump. No entanto, ele destacou a recuperação e valorização da moeda brasileira ao longo deste ano, superando outros emergentes. Esse movimento é atribuído às ações do Banco Central para conter a inflação e à percepção do Brasil como um país com vantagens competitivas em um cenário global incerto, devido à sua diversidade de parceiros comerciais e relevância do mercado consumidor interno.
Galípolo também mencionou a dívida líquida negativa em dólares como um fator positivo.
Desaceleração da Inflação e Política Monetária
Apesar de as expectativas de inflação permanecerem fora da meta, Galípolo assegurou que há um processo contínuo de desaceleração inflacionária. Ele reiterou a necessidade de manter a taxa de juros em um patamar elevado e restritivo por um período prolongado para garantir a convergência à meta. O presidente do BC demonstrou incômodo com a Permanência da inflação fora do alvo, mas destacou o papel diligente e tempestivo da autoridade monetária no combate à inflação.
Ele explicou que o repique da inflação no início do ano, associado à desvalorização cambial e ao aquecimento do mercado de trabalho e consumo, está sendo atenuado, com o núcleo da inflação de alimentos em queda gradual. O cenário econômico é de crescimento contínuo, com o Brasil projetando seu melhor índice de bem-estar econômico desde o início do sistema de metas de inflação em 2025, combinando baixo desemprego, crescimento positivo e inflação historicamente baixa.
Ganho de Produtividade como Caminho para o Crescimento Sustentável
Galípolo observou que o atual ciclo de crescimento do Brasil é impulsionado mais pela inserção de novos fatores de produção do que por ganhos de produtividade disseminados. Ele defendeu que o aumento da produtividade é fundamental para um crescimento mais sustentável e de longo prazo. Embora setores como o agronegócio e de commodities já apresentem ganhos de produtividade, o crescimento geral ainda se dá pela expansão da força de trabalho e redução do desemprego.
Para sustentar o crescimento a longo prazo, o Brasil precisa investir em pesquisa, tecnologia, desenvolvimento e parcerias internacionais, visando produzir mais com os mesmos fatores de produção. Galípolo comparou as semelhanças entre Brasil e Indonésia na busca por aumentar a complexidade de suas cadeias produtivas, aproveitando suas vantagens em termos de população e recursos naturais.
Fonte: Estadão
