Muitas pessoas já ouviram falar de histórias de sucesso financeiro com o Bitcoin. Além de sorte e bom timing, esses indivíduos demonstraram curiosidade e reconheceram o potencial de uma tecnologia inicialmente pouco compreendida.
Quase duas décadas após seu surgimento, o Bitcoin continua a despertar tanto fascínio quanto desconfiança. Apesar de ter gerado fortunas e impulsionado uma nova indústria, permanece um ativo de alto risco, longe de ser um sistema financeiro consolidado.
Compreender a visão desses pioneiros ajuda a analisar não apenas o potencial, mas também os limites e incertezas que ainda cercam este Mercado. Enquanto alguns enriqueceram, muitos outros perderam dinheiro ao longo do caminho.
Grandes Nomes que Acumularam Fortuna com Bitcoin
Para muitos que enriqueceram com Bitcoin, a fortuna não era o objetivo principal. A motivação residia na tecnologia, na diversificação de carteira ou simplesmente na curiosidade. A riqueza, contudo, não veio sem desafios, e cada um enfrentou momentos de volatilidade e incerteza.
A seguir, apresentamos alguns dos nomes mais proeminentes entre investidores e empreendedores ligados à Bitcoin e ao universo das criptomoedas.
Michael Saylor (EUA)
Como fundador da MicroStrategy, Michael Saylor foi um dos primeiros executivos de grandes corporações a apostar significativamente em ativos digitais. Em 2020, sua empresa adquiriu milhares de unidades de Bitcoin como parte de sua estratégia de tesouraria. Dois anos depois, apesar de deixar o cargo de CEO em meio a perdas bilionárias, ele dobrou a aposta, mantendo o foco na criptomoeda.
Essa estratégia se mostrou eficaz, com a empresa e seu patrimônio pessoal recuperando valor com a retomada do ciclo de alta do BTC após 2022. A aposta da MicroStrategy em Bitcoin é um marco na adoção corporativa de criptoativos.
Tim Draper (EUA)
Investidor de capital de risco renomado, Draper ganhou notoriedade no mercado cripto após adquirir aproximadamente 30 mil Bitcoins em um leilão do Governo americano em 2014. Na época, o ativo valia menos de mil dólares. Estimativas recentes sugerem que essas criptomoedas poderiam valer cerca de US$ 3,5 bilhões atualmente.
Cameron e Tyler Winklevoss (EUA)
Os irmãos Winklevoss, conhecidos pelo processo contra Mark Zuckerberg pela criação do Facebook, utilizaram parte da indenização recebida para investir em BTC em 2013. Posteriormente, fundaram a Gemini, uma das primeiras exchanges regulamentadas de criptoativos nos Estados Unidos, demonstrando sua confiança no futuro do mercado.
Changpeng Zhao (Canadá)
Changpeng Zhao fundou a Binance em 2017, transformando-a rapidamente na maior exchange de criptoativos do mundo em volume de negociação. Sob sua Liderança, a Binance atraiu milhões de usuários em poucos meses, evidenciando uma forte aposta no crescimento global dos ativos digitais e no potencial do Bitcoin.
Micree Zhan (China)
Cofundador da Bitmain, empresa líder mundial em equipamentos para mineração de criptomoedas. Como engenheiro, Zhan percebeu cedo que a mineração seria um pilar da nova economia digital, investindo no desenvolvimento de chips para otimizar a eficiência das máquinas de mineração de Bitcoin.
Rocelo Lopes (Brasil)
Considerado um dos pioneiros no mercado brasileiro de criptoativos, Lopes fundou empresas focadas em transações e custódia de ativos digitais na América Latina. Ele também foi um dos primeiros a debater a regulação e a segurança no setor, contribuindo para a popularização do uso de Bitcoin no país.
Glauber Contessoto (Brasil)
Imigrante brasileiro nos EUA, Contessoto ganhou fama ao se tornar milionário investindo em criptomoedas em 2021. Sua história viralizou nas redes sociais, exemplificando o perfil de investidores que apostaram alto em ativos digitais durante o boom do mercado, muitas vezes começando com valores modestos.
O Que Eles Identificaram Antes da Maioria?
Nenhum desses indivíduos que enriqueceram com Bitcoin poderia prever sua magnitude atual. O que os uniu foi a capacidade de enxergar valor em algo que para a maioria parecia apenas uma novidade tecnológica. Suas próprias declarações ajudam a elucidar essa visão.
1. Curiosidade Genuína por Inovação
Antes de investir, muitos dedicaram tempo a observar a tecnologia. Micree Zhan, cofundador da Bitmain, declarou à revista Quartz em 2017: “Passei algumas horas lendo sobre Bitcoin… percebi que era algo bom e decidi entrar nesse negócio imediatamente.” Essa abordagem investigativa foi crucial.
Changpeng Zhao, fundador da Binance, viu na escassez de ativos digitais um princípio econômico fundamental: “Não tente acumular ativos com oferta ilimitada; é um jogo que você nunca vai ganhar.”
2. Interesse por Soluções Descentralizadas
A proposta de não depender de intermediários, com a Confiança distribuída globalmente pela rede, atraiu muitos desses pioneiros. Em 2018, o investidor Tyler Winklevoss explicou essa perspectiva: “Decidimos colocar nosso dinheiro e nossa fé em uma estrutura matemática livre de política e de erro humano.”
3. Visão de Longo Prazo e Convicção na Durabilidade
Todos enfrentaram períodos de forte desvalorização e incertezas sobre o futuro do Bitcoin. Ainda assim, mantiveram suas posições ou continuaram investindo em infraestrutura, demonstrando paciência e convicção no papel duradouro do ativo. Michael Saylor, por exemplo, manteve seu foco em Bitcoin mesmo após perdas bilionárias em 2022.
No Brasil, Rocelo Lopes compartilhou essa visão de longo prazo. Em 2019, ele alertou sobre o uso inadequado de Bitcoin: “Sempre que vejo alguém pagando um café com bitcoin, eu digo: não façam isso! Não sejam o ‘pizza guy’. Guardem suas criptos, pois quem gasta hoje pode acabar pagando dez mil dólares por um café amanhã.” Essa mentalidade focada na reserva de valor é essencial.
Fonte: InfoMoney
