A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro manifestou Críticas ao governo federal e ofereceu apoio ao marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em Entrevista à agência AFP, ela atribuiu ao governo brasileiro a responsabilidade por sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e classificou a condenação de Bolsonaro no processo da trama golpista como uma “farsa judicial”.
Michelle declarou que as sanções foram impostas “por culpa dos nossos governantes” e de “autoridades brasileiras que violam direitos humanos e princípios democráticos”.
Ela também expressou descontentamento com a pressão para que Bolsonaro defina um nome para representar a direita nas eleições de 2026. “Bolsonaro é e continuará sendo o maior líder da direita no Brasil”, afirmou, considerando que “é cedo” para discutir candidaturas.
Pressão para definir sucessor e candidatura de Michelle
A ex-primeira-dama, cotada para uma candidatura em 2026, destacou que qualquer decisão sobre sua entrada na disputa eleitoral será tomada “em debate profundo com o meu marido, com minhas filhas, com o PL e, em especial, fruto de muita oração”.
Em outra declaração, Michelle, que preside o PL Mulher, criticou o feminismo, afirmando que a pauta “deixou de se preocupar com as necessidades reais das mulheres para mergulhar nos objetivos duvidosos da agenda ‘woke’”.
Reação ao encontro de Lula com evangélicos
Na véspera, a ex-primeira-dama reagiu ao encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com lideranças evangélicas no Palácio do Planalto. Participaram do encontro o bispo Samuel Ferreira, da Igreja Assembleia de Deus Madureira; o advogado-geral da União, Jorge Messias; o deputado federal Cezinha Madureira (PSD-SP); e o pastor Igor Nunes Ferreira.
Michelle compartilhou fotos da reunião em seus stories do Instagram, acompanhadas de três versículos bíblicos: Apocalipse 22:11, Números 24:9 e Mateus 6:24. O versículo de Mateus 6:24, em especial, ressalta: “Ninguém pode servir a dois senhores, pois amará um e odiará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro”, em possível referência à aproximação de Lula com setores evangélicos.
Relações políticas e religiosas
O bispo Samuel Ferreira já havia manifestado apoio a Bolsonaro em 2022 e o recebeu em sua igreja em São Paulo. O deputado Cezinha Madureira também possuía vínculos com o ex-presidente, tendo participado de motociatas e sido recebido fora da agenda oficial. Ele atuava como chefe da bancada evangélica na Câmara e vice-líder do governo no Congresso.
O versículo Apocalipse 22:11, também citado por Michelle, declara: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem é sujo, seja sujo ainda; e quem é justo, faça Justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda.”
Michelle Bolsonaro tem o costume de utilizar trechos bíblicos para comentar assuntos políticos em seu Instagram, reservando postagens no feed para momentos mais raros. No dia do julgamento de Bolsonaro pelo STF, por exemplo, ela compartilhou uma passagem bíblica sobre misericórdia divina.
Fonte: Estadão