O mercado de capitais brasileiro movimentou R$ 528,5 bilhões de janeiro a setembro deste ano, representando uma queda de 3,5% em comparação ao mesmo período de 2024. A retração foi influenciada pelo fraco desempenho das emissões de ações, enquanto a renda fixa atingiu um novo Recorde de captação. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Do montante total, a maior parte, R$ 487,3 bilhões, provém de operações de renda fixa. Este volume superou ligeiramente o registrado no mesmo período de 2024 (R$ 485,8 bilhões), estabelecendo um novo Recorde histórico para ofertas de renda fixa, segundo a Anbima. Em contrapartida, as emissões de ações totalizaram R$ 37 bilhões, uma redução de 8% na mesma base de comparação.
Renda Fixa Bate Novo Recorde com Debêntures em Destaque
No segmento de renda fixa, as debêntures lideraram em volume, somando R$ 317,59 bilhões de janeiro a setembro. Este valor está em linha com o apurado no mesmo período do ano anterior (R$ 315,6 bilhões). O presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, Guilherme Maranhão, comentou que, inicialmente, a expectativa era de dificuldade em superar o Recorde de emissões de 2024, quando as captações cresceram mais de 70%. No entanto, os volumes de 2025 já se aproximam desses patamares, e Maranhão sugere que “ainda podemos ter um último trimestre bastante forte”.
As debêntures incentivadas alcançaram, pela primeira vez, a marca de R$ 100 bilhões em captação, totalizando R$ 113,6 bilhões até setembro, um crescimento anual de 18%. “As debêntures se consolidam como um instrumento de financiamento da infraestrutura”, destacou o diretor da Anbima, César Mindof.
Debêntures Incentivadas Focam em Infraestrutura e Energia
O prazo médio das debêntures emitidas é de 8 anos. No caso das debêntures incentivadas, este prazo se estende para 12,67 anos. Os setores que mais captaram recursos por meio de debêntures incentivadas neste ano são energia elétrica (R$ 78 bilhões) e transporte e logística (R$ 55,8 bilhões). O setor de saneamento, embora ainda relevante, captou R$ 27,4 bilhões, figurando abaixo dos dois primeiros, mas mantendo sua importância estratégica.
Fonte: InfoMoney
