Megaoperação no Rio: Maioria apoia ação; 50% desaprovam Lula

Megaoperação policial no Rio: 55% aprovam ação contra CV; 50% desaprovam atuação de Lula na segurança pública, aponta pesquisa AtlasIntel.
Megaoperação no Rio — foto ilustrativa Megaoperação no Rio — foto ilustrativa

A maioria da população brasileira apoia a megaoperação policial contra o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes. Uma pesquisa da AtlasIntel, divulgada nesta sexta-feira, revela que 55,2% aprovam a ação, enquanto 42,3% desaprovam. A operação, intitulada Contenção, já é a mais letal da história do estado, superando incidentes anteriores como Jacarezinho (2021) e Vila Cruzeiro (2022), ambos ocorridos durante a atual gestão federal.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), declarou em coletiva de imprensa que as únicas vítimas foram os quatro policiais mortos na ação. Na capital Fluminense, o apoio à operação é ainda maior, atingindo 62,2%, com 62,3% considerando que a força policial agiu de forma adequada. Entre moradores de favelas, o respaldo chega a 80%, contrastando com 51% entre os que vivem fora dessas áreas.

Em nível nacional, 52,5% dos entrevistados consideram adequado o nível de violência empregado pelas polícias, enquanto 45,8% o avaliam como excessivo. A pesquisa também indica que 56% dos brasileiros defendem a realização de novas megaoperações, com 35% contra. No Rio, o índice de apoio sobe para 62%, ante 32% contrários.

A percepção sobre o desempenho de autoridades na Segurança Pública foi outro ponto avaliado. Metade dos brasileiros (50%) desaprova a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na área de segurança, com 31% de aprovação e 19% de avaliação regular. Entre os governadores, a desaprovação geral é de 35%, com 28% de aprovação e 36% de avaliação regular.

Impacto da Segurança Pública na Política

Na cidade do Rio de Janeiro, 59% desaprovam a atuação de Lula na segurança, e 27% aprovam. O governador Cláudio Castro apresenta 45% de desaprovação e 36% de aprovação.

Em resposta à escalada da violência e à necessidade de ações coordenadas, governadores de direita se reuniram na última quinta-feira, 30, e anunciaram a criação do “Consórcio da Paz”. Essa iniciativa visa a troca de experiências, ações conjuntas e compartilhamento de equipamentos para combater o crime organizado. O grupo também se manifestou contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública.

Participaram do encontro os governadores Jorginho Mello (PL) de Santa Catarina, Romeu Zema (Novo) de Minas Gerais, Ronaldo Caiado (União) de Goiás, e Eduardo Riedel (PP) do Mato Grosso do Sul, além da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP). O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), acompanhou as discussões remotamente.

Tarcísio de Freitas defendeu a operação policial como “necessária” e ressaltou que a ação enfrenta questões de domínio territorial por facções criminosas, o que configura uma perda de soberania. Essa declaração surge em contraponto ao discurso de soberania nacional defendido pelo presidente Lula.

A pesquisa AtlasIntel também investigou o apoio a medidas federais no contexto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). 64% dos brasileiros defendem o envio de veículos blindados ao Rio, e 19% são contra. Embora Castro tenha solicitado ajuda federal, ele não pediu GLO, argumentando que a definição do instrumento jurídico cabe ao governo federal.

Reação Política e Debate sobre o Crime Organizado

A reação política à operação gerou divergências. 50,1% dos entrevistados consideraram inapropriado o minuto de silêncio feito pelo novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, durante sua cerimônia de posse, em memória das vítimas da ação policial. Por outro lado, 43,8% viram o gesto como apropriado.

Boulos prestou homenagem a “policiais e moradores” e afirmou que “a cabeça do crime organizado está na lavagem de dinheiro na Faria Lima, e não em um barraco de favela”. Essa declaração gerou um novo embate entre governadores de direita, potenciais candidatos à presidência em 2026, e o PT.

A pesquisa também aponta que 44,3% dos brasileiros associam o campo político da direita às melhores propostas para o combate ao crime, enquanto 33,9% citam a esquerda e 10,4% indicam que nenhum campo político oferece soluções eficazes.

A pesquisa AtlasIntel ouviu 1.089 brasileiros adultos entre os dias 29 e 30 de outubro de 2025. A margem de erro é de três pontos porcentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Fonte: Estadão

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