Um médico influencer, com 1,5 milhão de seguidores, foi condenado pela Justiça Federal de Minas Gerais por disseminar conteúdo falso sobre o câncer de mama. A Advocacia-Geral da União (AGU) obteve a decisão que obriga Lucas Ferreira Mattos a remover postagens que associavam o exame de mamografia ao aumento da incidência da doença. O caso destaca o combate à desinformação em saúde pública.
Conteúdo desinformativo removido
As postagens em questão, que alertavam sobre os supostos “riscos” da mamografia, acumularam mais de 62 mil visualizações no Instagram e outras 12 mil no YouTube. A determinação judicial estabelece um prazo de 24 horas para que Mattos efetive a remoção do material de suas redes sociais. A AGU informou que busca contato com a Defesa do influenciador.
Prejuízos da desinformação em saúde
O juiz federal responsável pelo caso ressaltou que as afirmações do médico “não encontra amparo na sedimentada e atual pesquisa sobre o assunto”. A decisão enfatiza o risco de danos a mulheres que possam seguir as orientações equivocadas, deixando de realizar a mamografia, um exame essencial para a detecção precoce do Câncer de mama. Além da remoção do conteúdo existente, Mattos está proibido de publicar novas informações falsas sobre o tema em qualquer plataforma.
Projeto Saúde com Ciência
A ação civil pública que resultou na condenação do médico é parte do projeto Saúde com Ciência, uma iniciativa conjunta da AGU, do Ministério da Saúde e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência. O objetivo é promover a integridade da informação em temas cruciais de saúde pública. A Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD) foi a unidade da AGU responsável pela condução do processo.
A defesa da vida das mulheres
A procuradora-geral da União, Clarice Calixto, classificou a sentença como “um marco na Defesa da vida das mulheres”, reforçando o compromisso da advocacia pública no enfrentamento à desinformação sobre o câncer de mama. Em pleno Outubro Rosa, a decisão celebra a importância da informação correta, que pode ser decisiva entre a vida e a morte. A advogada da União Janaína Maximiano, uma das responsáveis pelo caso, destacou que a decisão judicial reconhece a urgência em combater notícias falsas na área da saúde, especialmente quando se trata de um exame vital para a detecção precoce da doença.
Fonte: Estadão