MBRF dispara com Sadia Halal: O que o mercado espera para as ações?

As ações da MBRF (MBRF3) registraram uma nova e expressiva alta, superando a valorização da véspera. Às 12h (horário de Brasília), os ativos MBRF3 saltavam 15,13%, a R$ 18,42. O movimento ocorre após o anúncio de ampliação de Parceria com a Halal Products Development Company (HPDC), que resultará na criação da Sadia Halal. Este acordo representa o primeiro passo para um potencial IPO da parceria no mercado acionário da Arábia Saudita após 2027.

Impacto da Parceria Sadia Halal no Mercado

A XP Investimentos avaliou o anúncio como positivo, destacando três pontos principais: a aceleração do crescimento da companhia em uma região estratégica, o potencial de criação de valor estimado entre 4,4% e 9,7% (já em grande parte precificado) e o auxílio na preocupação do Mercado com a alavancagem da MBRF. A estrutura inicial da BRF Arabia Holding previa 70% de participação da BRF e 30% da HPDC, com um valor de empresa (EV) de US$ 240 milhões.

Com o novo acordo, a MBRF passará a contribuir com suas empresas de distribuição na Arábia Saudita, catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã, além de suas plantas e negócios de exportação direta para a região MENA. Essa movimentação é considerada estratégica por fortalecer a presença da BRF na região MENA, que já supera a Ásia em importações de frango, e onde a BRF detém mais de 50% de participação de mercado.

Análise dos Especialistas e Recomendações

Analistas de mercado, como os do Bradesco BBI e BTG Pactual, também veem a transação como estrategicamente positiva, ressaltando o potencial de geração de valor, o fortalecimento da presença no mercado halal e a perspectiva de desalavancagem. Em um cenário de preocupação com a alavancagem e a normalização do ciclo de frango, a operação surge como uma ferramenta relevante para o fortalecimento de capital.

Apesar dos aspectos positivos, as recomendações de mercado para os ativos MBRFS3 permanecem majoritariamente neutras. A XP mantém sua posição, citando o enfraquecimento do momentum e um valuation ainda exigente. O BBI concorda com a percepção de ações caras em relação aos pares e a possível limitação de desempenho no curto prazo devido à desaceleração no ciclo de proteínas. O BTG, embora neutro, reconhece o acordo como um passo positivo para destravar valor.

Contudo, há divergências. O Goldman Sachs adota uma recomendação de compra para os ativos, enquanto o Morgan Stanley possui uma visão underweight, apontando para alta alavancagem e baixa relação risco-retorno. De um total de nove casas que cobrem a MBRF3, 3 recomendam compra, 5 manutenção e 1 venda.

Fonte: InfoMoney