A MBRF anunciou uma expansão significativa de sua joint venture com a Halal Products Development Company (HPDC), subsidiária do fundo soberano da Arábia Saudita. A nova entidade, batizada de Sadia Halal, movimentará US$ 2,07 bilhões.
Expansão e Ativos Abrangidos pela Sadia Halal
A transação abrange as fábricas e centros de distribuição da MBRF localizados na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos. Além disso, inclui as empresas de distribuição da companhia no catar, Kuwait e Omã, bem como seu negócio de exportações diretas de aves, bovinos e produtos processados para clientes na região.
O acordo prevê um contrato de fornecimento de 10 anos, renovável, para produtos de frango e bovino da MBRF, originados de suas fábricas no Brasil, destinados à Sadia Halal. A precificação será definida com base na metodologia de custo total e regras de preços de transferência.
Avaliação e Participação Societária
Os ativos envolvidos na operação foram avaliados em US$ 2,07 bilhões. Nos últimos 12 meses até junho, esses ativos registraram um faturamento líquido de US$ 2,1 bilhões, o que corresponde a 7,3% da Receita consolidada da MBRF. O Ebitda alcançou US$ 230 milhões, resultando em um múltiplo implícito de nove vezes.
Importante notar que os ativos da Turquia e as unidades da MBRF no Brasil não fazem parte desta transação específica. No fechamento do negócio, a HPDC deterá inicialmente 10% do capital da Sadia Halal, com planos de expandir sua participação para até 30% e com o direito de atingir 40%. Esse aumento ocorrerá por meio de aportes de capital, divididos igualmente entre capital primário e secundário.
Estratégia de Crescimento e Futuro IPO
A MBRF vê esta operação como um passo estratégico para consolidar sua presença em um Mercado considerado lucrativo e influente. Marcos Molina, chairman e controlador da MBRF, destacou que a expansão da parceria com a HPDC visa aproximar as marcas da empresa dos consumidores locais e garantir sua participação na agenda de segurança alimentar da região. A empresa também mencionou que este acordo é o primeiro passo para uma potencial oferta pública inicial (IPO) da companhia, a partir de 2027.
A operação está sujeita à aprovação dos órgãos regulatórios competentes.
Fonte: Estadão