A deputada estadual Marina Helou (Rede-SP), presidente da Rede Nacional de Frentes Parlamentares Ambientalistas Estaduais, criticou nesta segunda-feira (20) a autorização do Ibama para que a Petrobras perfure um poço na bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira. A parlamentar reconhece o trabalho técnico do órgão ambiental, mas ressalta que a exploração de combustíveis fósseis é um modelo “ultrapassado”.
Posicionamento contrário à exploração de combustíveis fósseis
“Como ambientalista e defensora de um desenvolvimento alinhado à preservação, meu posicionamento é contrário ao projeto”, afirmou Marina Helou. “Em plena emergência climática, insistir na exploração de combustíveis fósseis é ir contra o consenso global, que aponta para a transição energética, não para a manutenção de um modelo ultrapassado”, acrescentou a deputada.
Riscos ambientais na Foz do Amazonas
A deputada ressalta que a Foz do Amazonas abriga ecossistemas hipersensíveis, como os Corais da Amazônia. Por isso, um eventual erro na perfuração da região representaria uma catástrofe ambiental e social de enormes proporções. “É fundamental reconhecer o trabalho Técnico e o rigor do Ibama e dos demais órgãos de controle neste processo. Essa atuação é a garantia de que os riscos sejam, ao menos, devidamente dimensionados”, declarou.
Transição energética em foco
A declaração da deputada reflete o debate crescente sobre a necessidade de acelerar a transição para fontes de energia renovável. Enquanto a Petrobras busca expandir suas operações na Margem Equatorial, argumentando pela importância estratégica e econômica para o país, ambientalistas alertam para os riscos ecológicos e a incompatibilidade com as metas climáticas globais. A manutenção de investimentos em combustíveis fósseis, segundo especialistas, dificulta o cumprimento dos acordos internacionais, como o Acordo de Paris.
A atuação do Ibama
A autorização do Ibama para a perfuração na Margem Equatorial segue um rigoroso processo Técnico. O órgão ambiental avalia os impactos potenciais e as medidas de mitigação necessárias para garantir a segurança das operações e a preservação dos ecossistemas. No entanto, a decisão gerou intensos debates entre setores da indústria, que veem a exploração como vital para a segurança energética e a economia brasileira, e grupos ambientalistas, que defendem a priorização de energias limpas e a proteção de áreas sensíveis.
Fonte: Estadão