O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu uma solução pacífica e diplomática para a crise na Venezuela durante uma conversa telefônica com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O diálogo, que durou aproximadamente 30 minutos, também abordou temas comerciais e a recente sobretaxa imposta por Washington a produtos brasileiros.


Segundo informações, Lula afirmou que Brasil e EUA devem tratar da questão venezuelana em um momento oportuno e destacou que qualquer tentativa de resolução deve ocorrer por meio do diálogo, não pela força. O presidente reiterou ainda que o governo brasileiro cobrou de Caracas a divulgação das atas eleitorais do pleito de 2024, ainda não apresentadas pelo regime chavista.
Pressão internacional e o papel do Brasil na Venezuela
O tema da Venezuela voltou ao centro das atenções após o Comitê do Nobel da Paz premiar María Corina Machado, principal opositora de Maduro e impedida de disputar as eleições no ano passado. O reconhecimento à política venezuelana tende a ampliar a pressão Internacional sobre o regime, especialmente em um momento em que os EUA reforçam a retórica contra o chavismo.
Os norte-americanos ampliaram recentemente a presença militar no Caribe, após declararem cartéis venezuelanos como organizações terroristas. Quatro embarcações suspeitas de tráfico foram destruídas em ações navais, o que Caracas classificou como um “ato de Agressão”.
Análise de Lula sobre a relação com os EUA e Maduro
O presidente Lula teria informado a Trump que não mantém contato com Nicolás Maduro desde as eleições contestadas, sob acusações de fraude. O petista reforçou que o Brasil defende uma transição negociada e democrática, sem rupturas institucionais ou intervenções externas. Maduro, por sua vez, acusa Washington de usar o combate ao narcotráfico como justificativa para ameaçar a soberania venezuelana e explorar suas reservas de petróleo.
Em discursos recentes, Lula tem reiterado sua oposição a esse tipo de escalada. Na Assembleia-Geral da ONU, o presidente brasileiro criticou o uso da força em operações fora de contextos de guerra e alertou para as “consequências humanitárias irreversíveis” de intervenções armadas.
A expectativa é que os diplomatas dos dois países incluam o tema sobre a Venezuela nas conversas bilaterais que surgiram após o telefonema entre Lula e Trump, buscando um caminho pacífico para a resolução da crise.


Fonte: InfoMoney