Lula e Trump: Acordo sobre Terras Raras pode aliviar tarifas nos EUA

Encontro entre Lula e Trump na Malásia pode selar acordo sobre terras raras e aliviar tarifas impostas pelos EUA ao Brasil. Saiba mais.
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FILE PHOTO: Samples of rare earth minerals from left, Cerium oxide, Bastnasite, Neodymium oxide and Lanthanum carbonate are on display during a tour of Molycorp's Mountain Pass Rare Earth facility in Mountain Pass, California June 29, 2015. REUTERS/David Becker/File Photo

O encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, previsto para ocorrer em Kuala Lumpur, na Malásia, tem potencial para redefinir a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos. O foco principal da reunião bilateral será a busca por um acordo sobre terras raras, um grupo de minerais essenciais para a produção de tecnologias avançadas e que se tornou alvo de uma disputa intensa entre Washington e Pequim.

A reunião foi articulada após a escalada das tarifas impostas pela Casa Branca, que elevaram para 50% a taxação sobre produtos brasileiros. O Governo americano sinalizou que uma cooperação em áreas estratégicas, como mineração e energia limpa, pode abrir espaço para reduzir as sobretaxas aplicadas desde setembro.

Disputa por Minerais Estratégicos: EUA vs. China

A pressão de Trump sobre o Brasil está diretamente ligada à tentativa de reduzir a dependência dos Estados Unidos em relação à China no fornecimento de minerais críticos. Atualmente, a China detém 90% da capacidade global de refino e controle quase absoluto sobre as exportações desses materiais, que são cruciais para a produção de veículos elétricos, semicondutores e equipamentos militares.

O Brasil, que possui a segunda maior reserva mundial de terras raras, desponta como uma alternativa viável à hegemonia chinesa. O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), já confirmou que o tema faz parte do diálogo entre os governos: “Os Estados Unidos têm interesse em cooperar conosco nas áreas de energia, inovação e sustentabilidade”, afirmou em entrevista à Record News.

Encontro entre líderes do Brasil e Indonésia em Jakarta, discutindo relações comerciais.
Líderes do Brasil e Indonésia em encontro, destacando a importância de negociações bilaterais.

Negociações e Propostas do Planalto

A equipe do presidente Lula tem evitado associar a crise diplomática ao processo judicial que levou à condenação de Jair Bolsonaro (PL), motivo declarado para o aumento das tarifas. Contudo, integrantes do governo admitem que um acordo no setor de minerais pode ser o primeiro passo para a normalização das relações comerciais.

Fontes envolvidas nas tratativas indicam que o Planalto pretende propor investimentos em processamento local e transferência tecnológica. O objetivo é reduzir a dependência do Brasil da exportação bruta desses recursos, atraindo capital estrangeiro sem, no entanto, abrir mão do controle sobre as reservas estratégicas nacionais.

Guerra Econômica Global e o Papel do Brasil

Este movimento ocorre em um cenário de intensificação da disputa econômica entre Estados Unidos e China. No início do mês, Pequim ampliou as restrições à exportação de minerais raros. Em resposta, Donald Trump ameaçou aplicar tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses a partir de novembro. Uma nova rodada de tensões deve ser discutida em um encontro entre o líder americano e o presidente chinês Xi Jinping, previsto para o dia 30 em Seul.

Enquanto tenta conter o embate global, Washington avança em acordos bilaterais com países que detêm reservas expressivas de minerais críticos. O primeiro acordo foi firmado com a Austrália, que ocupa o quarto lugar no ranking global de terras raras. O Brasil, logo atrás da China, é visto como o próximo passo natural na estratégia americana para diversificar o fornecimento desses materiais essenciais.

A potencial redução das tarifas sobre produtos brasileiros pode representar um alívio significativo para diversos setores da economia nacional, impulsionando exportações e fortalecendo a balança comercial. A confirmação e os detalhes do acordo com os Estados Unidos serão acompanhados de perto pelo mercado e por analistas políticos.

Fonte: InfoMoney

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