Lula apresenta a Trump posição do Brasil sobre tarifas e sanções

Lula entrega a Trump pasta com posição brasileira sobre tarifas de exportação e sanções. Entenda os pedidos e os pontos de atrito comercial.
Tarifaço sobre exportações brasileiras — foto ilustrativa Tarifaço sobre exportações brasileiras — foto ilustrativa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou a Donald Trump, em Kuala Lumpur, uma pasta vermelha com argumentos e dados contrários ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos a exportações brasileiras. O objetivo foi convencer o ex-presidente americano a suspender as sobretaxas.

Segundo um interlocutor do governo, o gesto foi um recado político claro: o Brasil negocia, mas não se submete a imposições.

Posição Brasileira Contra o Tarifaço

O documento detalha as demandas do Brasil, focando na Suspensão do tarifaço e na revisão de sanções que afetam cidadãos brasileiros. Lula também abordou a situação do ministro do STF, Alexandre de Moraes, afirmando a Trump que o ex-presidente Jair Bolsonaro não é um perseguido político e que seu processo seguiu a regularidade.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) indicam que, de janeiro a setembro deste ano, o Brasil registrou um Déficit de US$ 5,1 bilhões com os Estados Unidos. Considerando bens e serviços, o saldo negativo ultrapassou US$ 28 bilhões.

Lula e Trump em encontro, com uma pasta vermelha em destaque.
Lula e Trump em encontro, com uma pasta vermelha em destaque.

Pontos de Atrito nas Relações Comerciais

Um dos focos de tensão é a investigação americana sob a Seção 301 da legislação comercial, que alega práticas desleais do Brasil contra empresas dos EUA. O sistema de pagamentos instantâneos, o Pix, é citado como exemplo, com Washington alegando favorecimento a instituições locais, enquanto Brasília defende sua natureza pública e inclusiva.

Outro tema sensível são as tarifas sobre etanol e carne suína. Os EUA pressionam por maior Acesso ao mercado brasileiro, apesar de manterem suas próprias barreiras e subsídios. O Brasil, por sua vez, afirma cumprir as regras da OMC e cobra, no caso do álcool, a abertura do mercado americano ao açúcar brasileiro.

A tensão se estende ao comércio de bens industrializados e produtos importados, com menções à região da 25 de Março, em São Paulo, acusada por Washington de facilitar pirataria e contrabando. O governo brasileiro refuta essas alegações com dados sobre apreensões e fiscalização.

Detalhe de uma pasta vermelha com documentos.
Detalhe de uma pasta vermelha com documentos.

Crise na Venezuela e Diálogo Bilateral

O documento também aborda a crise na Venezuela, considerada uma questão de segurança regional. O governo Lula reitera a necessidade de uma solução diplomática e expressa preocupação com ações americanas no Caribe sob o pretexto de combate ao narcotráfico.

O encontro entre Lula e Trump sinaliza uma tentativa de reativar o diálogo bilateral. Uma missão de alto nível, potencialmente incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda Fernando Haddad e o chanceler Mauro Vieira, está prevista para visitar Washington em breve.

Fonte: InfoMoney

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