O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a medida provisória que institui a tarifa social de energia elétrica. A iniciativa é vista como uma aposta do Governo para aumentar a popularidade de Lula, que disputará a reeleição no próximo ano. O programa visa reduzir o custo da conta de luz para famílias em situação de vulnerabilidade econômica.

Com a ampliação, famílias com consumo de até 80 kWh por mês podem ter suas contas de energia zeradas. A cerimônia de sanção contou com a presença dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).
O texto, aprovado anteriormente na Câmara e no Senado, enfrentou Críticas da oposição quanto ao seu custo para os demais consumidores. Atualmente, a tarifa social atende famílias inscritas no CadÚnico com renda de até meio salário mínimo por pessoa, beneficiários do BPC, comunidades indígenas e quilombolas.
O novo benefício abrange famílias com renda entre meio e um salário mínimo por pessoa e consumo de até 120 kWh/mês, oferecendo isenção de encargos como a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). A gratuidade até 80 kWh/mês é automática para cadastrados no CadÚnico, mas não cobre custos como iluminação pública e impostos Estaduais/municipais.
A medida também prevê o rateio das receitas das usinas Angra 1 e 2 entre os usuários do Sistema Interligado Nacional, com exceção dos consumidores residenciais de baixa renda. Esse adicional tarifário será estabelecido pela Aneel.
A MP gerou disputas políticas desde sua apresentação, com a cúpula do Congresso atuando para esvaziar a proposta do ministro Alexandre Silveira e antecipar o protagonismo. Essa tensão decorre de conflitos entre o ministro e figuras como Rodrigo Pacheco e Davi Alcolumbre.
Quem terá direito à tarifa social na conta de luz?
Terão gratuidade nos primeiros 80 kWh consumidos:
- Famílias com renda per capita menor ou igual a meio salário mínimo nacional, inscritas no CadÚnico.
- Famílias com renda de até três salários mínimos com membro portador de deficiência física, inscritas no CadÚnico.
- Idosos com 65 anos ou mais que recebam o BPC.
- Pessoas com deficiência que recebam o BPC.
Consumidores com perfis acima terão isenção apenas sobre o consumo energético, permanecendo a cobrança de ICMS e iluminação pública.
Como se cadastrar para receber o benefício?
O cadastro é automático. Famílias que se enquadram nos critérios e cujos responsáveis constam no CadÚnico ou em programas governamentais elegíveis não precisam solicitar o benefício às distribuidoras de energia.
A permanência da tarifa social está garantida?
A continuidade do programa depende de aprovação congresso, seja via medida provisória ou outras negociações entre os presidentes da Câmara e do Senado.
Como o governo financiará o programa?
Os custos da ampliação da tarifa social serão repassados aos demais consumidores. No entanto, o governo argumenta que haverá compensação a longo prazo pela redução de outros encargos com as alterações propostas.

Fonte: Folha de S.Paulo