O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em Roma, a criação de um imposto global de 2% sobre os ativos de indivíduos super-ricos. A proposta visa arrecadar fundos para combater a fome em escala mundial, em um discurso na abertura do Fórum Mundial da Alimentação.
Lula destacou que 673 milhões de pessoas vivem em insegurança alimentar. Ele estima que garantir três refeições diárias para essas pessoas custaria cerca de US$ 315 bilhões. Esse montante, segundo o presidente, poderia ser obtido com a taxação de 2% sobre o patrimônio dos mais ricos, uma fração dos US$ 2,7 trilhões anualmente gastos globalmente em armamentos.
O presidente ressaltou a conexão intrínseca entre a insegurança alimentar e a desigualdade social, econômica e entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Ele defendeu que uma reforma profunda na arquitetura financeira Internacional seria uma das ações mais impactantes contra a fome.
Na Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Lula também advogou por mecanismos de apoio a nações com alta insegurança alimentar. Isso inclui a redução de Custos de empréstimos, o aprimoramento de sistemas tributários e o alívio da dívida de países pobres. “Não basta produzir, é preciso distribuir”, enfatizou.
Combate à Fome e Financiamento Global
Lula argumentou que governos precisam priorizar os mais pobres em seus orçamentos e rebateu Críticas que rotulam políticas sociais como assistencialismo. Ele reforçou a importância do multilateralismo e comparou a fome à guerra, inclusive à guerra tributária.
O presidente elogiou o papel da FAO como entidade essencial enquanto a fome persistir, mas reconheceu um certo abalo no otimismo e na capacidade de ação coletiva entre os líderes mundiais.
COP30 e Desafios Climáticos
Ao abordar a próxima COP30, que ocorrerá em Belém do Pará, Lula instou os países a intensificarem a cooperação em desafios climáticos. Ele conectou essa necessidade ao combate à fome e à pobreza, e sugeriu a adaptação dos sistemas alimentares às novas realidades climáticas, alertando para a necessidade de vultosos recursos de países ricos para tal adaptação.
Fonte: InfoMoney