O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja discutir a crise na Venezuela durante um futuro encontro presencial com Donald Trump. Embora a data ainda não esteja definida, auxiliares de Lula indicam que o presidente brasileiro pretende emitir um alerta sobre a escalada das tensões entre Washington e Caracas.

Lula deseja ressaltar a Trump que uma intervenção militar americana na Venezuela poderia desestabilizar toda a região, potencialmente fortalecendo atividades de narcotraficantes.
Recentemente, em 15 de outubro, Donald Trump comunicou a autorização de operações secretas da CIA em território venezuelano e informou que estudava ataques terrestres contra cartéis no país.
Para o governo de Nicolás Maduro, essas ações são vistas como uma Agressão com o objetivo de promover uma mudança de regime e controlar as reservas de petróleo venezuelanas.
Nas semanas anteriores, forças militares americanas realizaram ataques contra embarcações na região, supostamente envolvidas em narcotráfico, resultando na morte de pelo menos 27 pessoas.
Preocupação com a Intervenção Militar
A tensão na América do Sul é motivo de preocupação para o Palácio do Planalto. No entanto, fontes próximas à presidência brasileira não antecipam que Trump ordene uma intervenção militar direta na Venezuela, considerando a incoerência com um possível desejo do mandatário americano de receber o Nobel da Paz.
Em seu encontro com Trump, Lula almeja persuadi-lo de que as ações atuais na Venezuela podem gerar um efeito contrário aos objetivos declarados por Washington.
Fontes diplomáticas indicam que o Brasil tem agido com cautela, aguardando maior clareza sobre os propósitos da Casa Branca em relação à Venezuela e a existência de canais de diálogo entre Caracas e Washington.
O Governo brasileiro se dispõe a atuar como mediador da crise, desde que haja um desejo expresso de ambas as partes. Contudo, o governo brasileiro ainda não se posicionou formalmente para assumir esse papel.
Auxiliares de Lula avaliam como mais provável um cenário de conflito de baixa intensidade, com ações pontuais dos Estados Unidos para pressionar o regime de Maduro e incentivar uma reação popular de opositores.
O governo brasileiro descarta a possibilidade de uma invasão territorial ou de uma operação coordenada pelas forças americanas para capturar Maduro, em moldes semelhantes à intervenção dos Estados Unidos no Panamá em 1989, contra Manuel Noriega.

Fonte: G1