Em junho, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, estava tecnicamente empatado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de votos. Naquele momento, o cenário político parecia favorável à oposição, com um Congresso de viés oposicionista, crise fiscal e um discurso de modernização do Estado inspirado em figuras como o argentino Javier Milei. Muitos já davam o petismo como carta fora do baralho.
No entanto, uma série de erros cometidos pela oposição, de diversos matizes, contribuiu significativamente para a recuperação de Lula nas pesquisas, como demonstrou a pesquisa Quaest divulgada recentemente. Entre os equívocos que prejudicaram a imagem da oposição, destacam-se o esforço de Eduardo Bolsonaro para que os Estados Unidos punissem o Brasil, o boicote da família Bolsonaro a Tarcísio, motins de deputados no Congresso, divisões internas na direita e a aprovação da PEC da Blindagem.
Contexto e Fatores Favoráveis ao Governo
Por outro lado, fatos favoráveis ao Governo Lula incluíram a condenação de Bolsonaro, a aprovação da isenção do Imposto de Renda para rendas mais baixas, o afastamento de uma primeira-dama impopular e os encontros, reais e virtuais, entre os presidentes Lula e Donald Trump. Esses eventos acabaram, em parte, beneficiando o campo petista.
Derrota na MP do IOF e Resistência da Oposição
Apesar do cenário favorável, a derrota do governo na Medida Provisória que visava aumentar alguns tributos, como o IOF, evidenciou que a oposição ainda possui força para prejudicar o governo e tornar o país menos governável. Essa derrota representou a perda de R$ 35 bilhões para os cofres públicos em um ano eleitoral, indicando que a oposição continua ativa e viva no cenário político. O governo tende a reagir com o discurso de “congresso inimigo do povo” para mitigar os efeitos da derrota.
Perspectivas Eleitorais e Desafios para a Oposição
O presidente Lula expressou confiança na Vitória em 2026, mas é fundamental que ele evite a soberba e preste atenção aos seus erros. A tarefa mais desafiadora, contudo, recai sobre a oposição: a necessidade de se reerguer e reconectar com o eleitorado que parece ter se afastado. A capacidade de articulação e a superação de divisões internas serão cruciais para os próximos passos políticos.
Fonte: Estadão