Lula: Força militar volta à América Latina; democracias não violam direito

Lula critica uso da força militar na América Latina e Caribe, afirmando que democracias não violam direito internacional. Alerta sobre extremismo político.
uso da força militar América Latina — foto ilustrativa uso da força militar América Latina — foto ilustrativa
Brazil's President Luiz Inacio Lula da Silva and guests pose for a family photo on the day of the EU-CELAC summit, which brings together leaders from Latin American and Caribbean nations and EU member states to discuss trade and investment, in Santa Marta, Colombia, November 9, 2025. REUTERS/Luisa Gonzalez

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertou neste domingo (9) que a ameaça de uso da força militar voltou a se tornar parte do cotidiano na América Latina e no Caribe. A declaração foi interpretada como uma crítica indireta às ações dos Estados Unidos contra a Venezuela, reiterando que democracias não combatem o crime violando o direito Internacional.

Presidente Lula discursa na Cúpula Celac-União Europeia em Santa Marta, Colômbia.
Presidente Lula discursa na Cúpula Celac-União Europeia em Santa Marta, Colômbia.

O Governo norte-americano, sob a gestão de Donald Trump, tem intensificado sua presença militar no Caribe sob o pretexto de combater o narcotráfico, chegando a destruir embarcações e vitimar tripulantes, alegando serem traficantes. Lula, durante a Cúpula Celac-União Europeia em Santa Marta, na Colômbia, destacou que a região é e deve permanecer um espaço de paz.

“Ameaças retóricas antigas são recicladas para justificar intervenções ilegais. Somos uma região de paz e queremos continuar em paz. Democracias não combatem o crime violando o direito Internacional“, declarou o presidente brasileiro.

Crise de Integração e Ameaças à Democracia

Lula também abordou como a democracia pode ser afetada pela corrupção, pela desestruturação de instituições e pela manipulação da informação. Ele ressaltou que garantir a segurança é um dever do Estado e um direito humano fundamental, mas que não existem soluções mágicas. A abordagem defendida pelo presidente envolve reprimir o crime organizado, estrangular seu financiamento e combater o tráfico de armas.

Comparando o momento atual com a cúpula anterior em Bruxelas, há dois anos, Lula lamentou os “retrocessos” e criticou a Falta de integração entre os países latino-americanos. Ele observou um retorno à divisão regional, com países mais voltados para o exterior do que para suas próprias necessidades. A intolerância, o extremismo político e o crime organizado foram apontados como desafios que impedem o diálogo e a cooperação.

“Projetos pessoais de apego ao poder muitas vezes solapam a democracia”, alertou, enfatizando os riscos da manipulação da informação e do crime organizado na desestabilização das democracias.

Agenda Climática e Solidariedade

O discurso do presidente brasileiro na Cúpula Celac-União Europeia também incluiu a realização da COP30 em Belém e a menção ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). Lula destacou que o fundo representa uma solução inovadora para valorizar as florestas em pé e reforçou a inevitabilidade da transição energética.

Em um momento de solidariedade, o presidente lamentou o tornado que atingiu Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, e expressou suas condolências às vítimas da recente tragédia climática.

Fonte: InfoMoney

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