Após qualificar a megaoperação no Rio de Janeiro como ‘matança’, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou o compromisso de seu governo em combater o crime organizado. Segundo Lula, a estratégia atual visa atingir quem comanda e financia as facções criminosas, buscando desmantelar a ‘espinha dorsal’ do tráfico de drogas e da criminalidade.
Em publicação na rede social X, Lula afirmou que o Governo do Brasil está atuando com mais inteligência e integração entre as forças de segurança para focar nos ‘cabeças do crime’. Essa abordagem busca enfraquecer lideranças e redes financeiras, conforme detalhou o presidente.
Desde 2023, ações governamentais já confiscaram R$ 19,8 bilhões de criminosos, representando o maior prejuízo já imposto ao crime no país. Lula também destacou o aumento de 80% nas operações da Polícia Federal, que passaram de 1.875 em 2022 para 3.393 em 2024 e 2.922 até outubro de 2025.
A legislação também tem sido um ponto central. O governo enviou ao Congresso o projeto de lei (PL) Antifacção e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública. Lula ressaltou que essas medidas visam consolidar o enfrentamento ao crime no Brasil com investigação eficaz, integração institucional e base legal sólida.
Operação no Rio e a Repercussão
A declaração de Lula surge horas após uma Entrevista a veículos estrangeiros, onde o presidente comentou a recente megaoperação policial no Rio de Janeiro. Ele questionou as condições em que a ação ocorreu, afirmando que a ordem judicial era para prisão, não para ‘matança’, e que uma matança ocorreu.
A operação, realizada em 28 de outubro, foi a mais letal da história do Brasil, com 121 mortos, incluindo quatro policiais. A ação visou o Comando Vermelho, facção que domina o tráfico em diversas favelas cariocas. O episódio gerou embates entre a base aliada e a oposição, com Críticas sobre a prioridade do governo no combate às facções e cobranças por leis mais rigorosas.
Análises e Próximos Passos
Críticos apontam que o Governo Lula e o PT não priorizam o combate às facções, defendendo medidas como a equiparação do crime organizado ao terrorismo. Por outro lado, a base aliada questiona a eficácia dessas ações, propondo a aprovação da PEC da Segurança Pública como resposta.
Na entrevista, Lula expressou preocupação com a falta de informações detalhadas sobre a operação. Ele declarou que, embora a operação possa ser vista como um sucesso pela quantidade de mortes, do ponto de vista da ação do Estado, ela foi ‘desastrosa’. O presidente ainda ressaltou a importância de se investigar como os fatos ocorreram, em contraponto à versão apresentada pelo governo estadual.
Fonte: Valor Econômico
