Lula defende rebelião contra concentração de riqueza e critica mercado

Lula cobra ‘rebelião’ contra concentração de riqueza e critica mercado financeiro. Haddad apoia mobilização social e defende taxar os mais ricos.
concentração de riqueza — foto ilustrativa concentração de riqueza — foto ilustrativa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou neste sábado, 18, uma reação popular contra a concentração de riqueza que dificulta a mobilidade social. Em um discurso emocionado direcionado a estudantes de cursinhos populares, Lula também criticou a reação do mercado financeiro às políticas fiscais adotadas pelo Governo.

“Ninguém é pobre porque quer, ninguém gosta de se vestir mal, de comer mal. Mas tem um sistema econômico que não permite, que é a concentração de riqueza … E nós temos que nos rebelar para mudar essa situação”, declarou o presidente.

Presidente Lula discursando para estudantes em São Bernardo do Campo.
Presidente Lula discursando para estudantes em São Bernardo do Campo.

Haddad apoia mobilização social e critica ‘andar de cima’

Anteriormente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia defendido no mesmo evento que o Brasil pode combater desigualdades e injustiças sociais com o “povo na rua lutando pelos seus direitos”. Em referência à derrota do governo na tentativa de taxar aplicações financeiras para financiar políticas públicas, Haddad reafirmou a orientação de colocar “o pobre no Orçamento e o rico no imposto de renda”. Segundo o ministro, essa diretriz, defendida pelo presidente Lula, incomoda o “andar de cima” – os mais abastados.

Universalização do Pé-de-Meia e investimento em educação

Após o anúncio de investimentos de R$ 108 milhões na rede de cursinhos populares que preparam estudantes de baixa renda para vestibulares, Lula defendeu a universalização do programa Pé-de-Meia. O presidente argumentou que a diferença salarial entre alunos que recebem o benefício e os que não recebem, mesmo na mesma sala de aula, é mínima, e que a universalização garantirá o direito de todos a estudar. Ele reiterou que o investimento em educação não deve ser visto como gasto, mas como fundamental para a sobrevivência de populações periféricas.

“A Faria Lima vai brigar com a gente”, disse Lula em tom de alerta sobre a resistência esperada. As declarações foram feitas em São Bernardo do Campo (SP), durante um encontro com alunos, professores e coordenadores da Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP). Na ocasião, Lula estava acompanhado dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Camilo Santana (Educação), Luiz Marinho (Trabalho) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).

Lula relembra trajetória e inspira estudantes

Diante dos estudantes, Lula enfatizou que o desafio do governo é dar visibilidade a uma parcela da população que era ignorada pela “elite política”. Ao recordar sua própria infância e a experiência de comer pão pela primeira vez apenas aos sete anos, o presidente compartilhou a frustração de ter tido muitos sonhos não realizados por Falta de oportunidades.

“Minha obsessão por educação é porque não tive educação”, afirmou, ressaltando que, ao contrário de sua experiência, os estudantes presentes terão a chance de ingressar no ensino superior. “O destino nosso, nós que traçamos, vocês serão o que quiserem ser”, motivou o presidente.

Em um tom inspirador, Lula encorajou os estudantes a não desistirem de seus sonhos, pois o objetivo e as causas fazem a vida valer a pena. “Se foi possível para mim, é possível para vocês”, concluiu.

Fonte: InfoMoney

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