O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou sua posição em favor da exploração de petróleo na Margem Equatorial, declarando que não almeja ser reconhecido como um “líder ambiental”. Em Entrevista concedida em Belém (PA), local que sediará a COP30, Lula afirmou categoricamente: “Não quero ser líder ambiental, nunca reivindiquei isso”.
Referindo-se à autorização concedida pelo Ibama para a pesquisa de petróleo na Bacia do Foz do Amazonas, Lula esclareceu: “Temos autorização para fazer teste, se encontrar petróleo vai ter que ter nova licença”. Ele justificou sua decisão dizendo: “Quero fazer o que os especialistas do meu governo e minha consciência dizem o que tenho que fazer”.
Lula também abordou a estratégia de comunicação, afirmando: “Se eu fosse um líder falso e mentiroso, eu esperaria passar a COP para anunciar”. Ele prosseguiu, destacando a importância de agir com transparência: “Mas se eu fizesse isso eu estaria sendo pequeno diante da importância do que significa você fazer o teste na Margem Equatorial. Se tiver que explorar, vamos fazer da forma mais cuidadosa que alguém pode fazer”.
Contexto da Decisão: Equilíbrio entre Energia e Meio Ambiente
O presidente criticou a postura daqueles que defendem a cessação total da exploração de petróleo, considerando tal posição incoerente e irresponsável por não apresentar alternativas viáveis. “Tem gente que acha que não devemos explorar petróleo em lugar nenhum, isso sim é incoerente, sem apresentar alternativa”, disse.
Em sua argumentação, Lula ressaltou a dependência global dos combustíveis fósseis: “Todo mundo sabe que um dia o petróleo vai acabar. Ninguém no mundo consegue sobreviver sem isso combustível fóssil. Poderemos ser o primeiro de que qualquer país do mundo a abrir mão disso”. Contudo, ele reafirmou seu compromisso com a responsabilidade como chefe de Estado: “Mas como chefe de Estado, temos que ter responsabilidade”. Essa declaração posiciona o Governo em um dilema entre a necessidade energética e a pressão por uma agenda ambiental mais rigorosa, especialmente com a proximidade da COP30.
Implicações para a Política Energética Brasileira
A Defesa da exploração na Margem Equatorial por parte de Lula sinaliza uma continuidade em relação à política energética do país, que busca equilibrar as demandas de produção de petróleo com as preocupações ambientais. A decisão, no entanto, pode gerar atritos com setores ambientalistas e organizações internacionais que pressionam por uma transição energética mais acelerada. O Ibama, órgão responsável pela análise das licenças ambientais, desempenhará um papel crucial na definição dos próximos passos. A fala do presidente sugere que, caso a exploração seja viável, ela será conduzida com os mais altos padrões de segurança e cuidado ambiental, buscando mitigar os riscos inerentes à atividade petrolífera.
Fonte: InfoMoney