Lula critica ‘matança’ no Rio e exige investigação independente

Lula classifica megaoperação no Rio como ‘matança’ e exige investigação independente. Governo pressionará por apuração detalhada após letal ação policial.
Megaoperação no Rio — foto ilustrativa Megaoperação no Rio — foto ilustrativa

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou veementemente a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro na semana passada, classificando-a como ‘matança’. Em sua primeira manifestação pública sobre o caso, Lula declarou que seu governo pressionará por uma investigação independente sobre os eventos que levaram a um número Recorde de mortes.

“A ordem do juiz era uma ordem de Prisão, não uma ordem de matança, e houve uma matança”, afirmou Lula a repórteres estrangeiros em Belém, durante sua participação em um evento. Ele ressaltou a importância de entender as condições em que a operação se desenrolou, destacando que a ação, apesar de seu alto número de óbitos, foi ‘desastrosa do ponto de vista da ação do Estado’.

A operação, ocorrida em 28 de outubro, foi a mais letal da história do Brasil, resultando em 121 mortes, incluindo quatro policiais. O alvo era o Comando Vermelho, facção criminosa com forte atuação no tráfico de drogas em favelas cariocas.

Lula informou que o governo federal busca viabilizar a participação de legistas da Polícia Federal no processo de investigação das mortes, a fim de garantir a apuração detalhada dos fatos. Anteriormente, o presidente havia se manifestado por escrito, declarando: “Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades. Precisamos de um trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, Crianças e famílias inocentes em risco”.

Reações e Pesquisas de Opinião

Em contraste com a posição presidencial, autoridades do Rio de Janeiro, incluindo o governador Cláudio Castro (PL), defenderam a operação, descrevendo-a como um sucesso e qualificando as vítimas fatais, exceto os policiais, como criminosos.

Pesquisas de opinião pública indicam um apoio majoritário à megaoperação. Um levantamento da AtlasIntel revelou que 55% dos brasileiros aprovam a ação, com 62,2% de aprovação na cidade do Rio de Janeiro. Similarmente, uma pesquisa Genial/Quaest apontou que 65% dos moradores do Estado do Rio de Janeiro desaprovam a operação.

Apesar do clamor por investigação independente por parte do presidente, a percepção pública, em parte, diverge, com uma parcela significativa da população aprovando a atuação das forças de segurança no combate ao crime organizado.

Fonte: Valor Econômico

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