Lula crítica esquerda e debate candidatura em 2026: “precisamos falar com o povo”

Lula critica a comunicação da esquerda e questiona sua candidatura em 2026, enfatizando a necessidade de reconectar com o povo e dialogar com evangélicos.
Lula candidatura 2026 — foto ilustrativa Lula candidatura 2026 — foto ilustrativa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do 16º Congresso do PCdoB em Brasília e criticou o distanciamento de partidos como PT e o próprio PCdoB da maioria da população. Para Lula, as eleições presidenciais de 2026 são cruciais e o campo progressista precisa ajustar o discurso até lá.

Desafio da Comunicação e Eleições de 2026

Lula admitiu que uma de suas principais bandeiras políticas, o Bolsa Família, pode não ser suficiente para garantir a reeleição. “Eu serei candidato para quê? Para continuar falando de Bolsa Família? É preciso pensar num país maior. Tem que ser um país que as pessoas acreditem que é possível de ser construído. Nossa linguagem está muito distante do nível de compreensão de milhões de pessoas. […] 2026 é um ano sagrado para nós, temos que fazer as coisas diferentes. Nós nos distanciamos do povo, perdemos porque não sabemos explicar coisas para o povo. Tem que ser um país que as pessoas acreditem que é possível de ser construído”, afirmou.

O presidente expressou disposição para enfrentar mais “cinco eleições”, mas ressaltou a necessidade de a esquerda aprender a dialogar com segmentos como o evangélico. “Evangélicos não são contra nós, nós é que não sabemos falar com eles. Se eu decidir ser candidato, não é pra disputar, é pra gente ganhar as eleições”, defendeu. Essa fala coincide com a especulação sobre a possível indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF), que é evangélico e participou de uma agenda com Lula e bispos.

Estratégia do Governo para o Eleitorado

O governo petista tem investido em uma estratégia para estreitar laços com o eleitorado evangélico, um segmento importante para o ex-presidente Jair Bolsonaro. A tática visa consolidar a imagem de Lula como o “portador da esperança”, enfatizando a retomada e expansão de programas sociais. A comunicação governamental busca alinhar o discurso com valores religiosos, reforçando a narrativa de que o governo representa uma vida melhor, com base em conceitos como Justiça, amor ao próximo e união.

Críticas à Representatividade e ao Mercado Financeiro

Lula também criticou o tamanho dos partidos de esquerda no Parlamento, rejeitando a necessidade de acenar para a “Faria Lima”, em referência ao Mercado financeiro. “Não podemos nos contentar com um PCdoB que tenha nove deputados. Precisamos calibrar o discurso para falar com a sociedade brasileira. Não precisamos falar com a Faria Lima, é com o povo brasileiro. Nós não estamos fazendo política para a minoria, estamos fazendo para a maioria. Não é só na entrega que nós ganhamos a eleição, é no papo, é na conversa. Posso não ser o melhor candidato, mas eu tenho certeza que eles são piores do que eu”, concluiu.

Fonte: Valor Econômico

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