O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma brincadeira com o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) durante um evento de lançamento de um novo modelo de crédito imobiliário subsidiado pelo Governo. A fala provocou risos na plateia e em autoridades presentes.

Lula relembrou o extinto Banco Nacional da Habitação (BNH), criado em 1964 após o golpe militar com o objetivo de financiar a construção e compra de casas, especialmente para a baixa renda. Ele mencionou que o BNH, extinto em 1986, não atendia integralmente às necessidades da população e que o período foi marcado por invasões a conjuntos habitacionais.
Nesse contexto, o presidente dirigiu-se a Boulos, questionando com humor se o deputado seria “do tempo de invadir condomínios habitacionais”. A declaração foi recebida com gargalhadas.

Guilherme Boulos, presente na plateia, é uma figura conhecida por sua atuação no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Fundado em 1997, o movimento Luta pelo direito à moradia digna e pela reforma urbana.
Boulos, que tem formação em sociologia e é filho de médicos, deixou a casa dos pais aos 19 anos para viver em uma ocupação do MTST, tornando-se uma das lideranças do movimento.
“Todo mundo sabe que a maioria das casas neste país é feita pelo próprio povo, é feito mutirão, é gente se juntar, constrói casa, faz poço, faz edificação rural, qualquer coisa. E o Estado pouco aparecia para fazer as casas. Todo mundo sabe os problemas que deram neste Brasil, com o modelo do sistema do Banco Nacional de Habitação, todo mundo sabe que esse país virou uma república de invasões de condomínio, todo mundo sabe”, disse Lula em seu discurso.
“Quantas e quantas… O Boulos tá aqui, não sei se Boulos era do tempo de invadir condomínios habitacionais, mas a verdade é que nós tínhamos historicamente, todo dia, invasão, todo dia tinha enfrentamento com a polícia, porque não tinha um sistema que cuidasse adequadamente daquelas pessoas que precisavam”, completou Lula.
Boulos é cotado para assumir ministério
Guilherme Boulos, integrante da base aliada do governo Lula no Congresso Nacional, é frequentemente mencionado como um possível nome para assumir um ministério no Palácio do Planalto. Sua atuação política e sua ligação com movimentos sociais o colocam como uma figura relevante para a articulação governamental.
Fonte: G1