A aproximação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o bispo Samuel Ferreira, líder da Assembleia de Deus de Madureira, que anteriormente pediu votos para Jair Bolsonaro, teve início durante o período de transição de Governo no final de 2022. Essa ponte improvável foi estabelecida através de Jorge Messias, o Advogado-Geral da União, que agora é cotado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
O deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), presente na visita do bispo a Lula, comentou sobre a articulação: “Na transição, o Messias me procurou. Ele foi uma ponte para sair dessa polarização. E está sempre presente”, declarou à Coluna do Estadão. Ele destacou também que, em 2021, durante a gestão de Bolsonaro, tanto Messias quanto o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), trabalharam pela aprovação da indicação do pastor evangélico André Mendonça ao STF, superando resistências.
Construção da Relação com Lideranças Evangélicas
Jorge Messias continuou o trabalho de reaproximação entre Lula e a comunidade evangélica desde a transição. Apesar de encontros anteriores com o presidente terem sido planejados, o primeiro com Cezinha de Madureira e o bispo Samuel Ferreira só ocorreu nesta quinta-feira, 16. A situação mudou após Lula expressar a aliados que havia desistido de buscar o apoio evangélico devido à rejeição. No entanto, a possibilidade da indicação de Messias para o Supremo, com a Aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, reverteu esse quadro. A primeira-dama, Janja, também tem atuado junto a mulheres evangélicas.
Visão sobre a Política e a Igreja
Diante do novo cenário, o convite do Planalto para os líderes religiosos foi formalizado. “Eu fui e iria dez vezes se o presidente chamar”, afirmou Cezinha, reconhecendo que, embora muitos evangélicos tendam a posições políticas mais à direita, a igreja também segue os ensinamentos bíblicos de respeitar as autoridades. Ele expressou total apoio a Messias como futuro ministro do STF, mas ressaltou que isso não significa oposição ao ex-presidente Bolsonaro, que ele considera estar preso injustamente.
Fonte: Estadão