O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou o desejo de construir uma nova “doutrina” com estudantes e professores da América do Sul. O objetivo é fortalecer a independência do continente, garantindo que “nunca mais um presidente de outro país ouse falar grosso com o Brasil“. A declaração foi feita durante um evento com cursinhos populares em São Bernardo do Campo (SP).
Embora não tenha mencionado explicitamente Donald Trump, o discurso de Lula ecoa tensões diplomáticas anteriores e a busca por maior soberania nas relações internacionais. O presidente ressaltou que a determinação e o caráter são valores intrínsecos, não adquiridos em centros comerciais, enfatizando a importância da dignidade.
Críticas à Classe Política e Investimento na Juventude
Durante o evento, Lula incentivou os jovens a se engajarem na política, criticando a atual classe política e a aprovação da PEC da Blindagem, que posteriormente foi rejeitada pelo Senado. Ele afirmou que, se ele chegou à Presidência, os jovens também podem, e que não devem desanimar diante de leis que buscam garantir impunidade.
O presidente anunciou planos para universalizar o programa Pé-de-Meia, destinado a estudantes do ensino médio. Lula antecipou Críticas de setores financeiros como os da Faria Lima, argumentando que o governo está investindo na Juventude, e não apenas “gastando dinheiro”.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, reforçou o lema do governo: “o pobre no Orçamento e o rico no imposto de renda”, destacando que as altas rendas devem contribuir mais.
Expansão de Programas Educacionais
Camilo Santana, ministro da Educação, detalhou os planos de expansão do apoio à Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP). A previsão é que R$ 74 milhões sejam repassados a 384 cursinhos até o final de 2025. Para 2026, o edital prevê um aporte de R$ 108 milhões, contemplando até 500 cursinhos.
O evento em São Bernardo do Campo contou com a participação de ministros e foi recebido com entusiasmo pelos estudantes, que defenderam a educação popular. A iniciativa busca fortalecer a autonomia e a capacidade de negociação da América do Sul no cenário global.
Fonte: Estadão