O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou por adiar a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão ocorreu após alertas sobre uma resistência significativa ao nome dele no Senado Federal, que é a Casa responsável por referendar as escolhas presidenciais para o Judiciário. Interlocutores indicam que o Governo precisa construir um clima mais favorável antes de formalizar a escolha.
Adiamento da Indicação de Messias ao STF
Fontes próximas ao Palácio do Planalto revelam que o anúncio da nomeação de Jorge Messias estava programado para esta terça-feira (21), antes da viagem do presidente Lula à Indonésia. No entanto, o movimento foi contido devido a recados recebidos pelo chefe do Executivo nas últimas horas. A expectativa agora é que a escolha do novo ministro do STF seja definida na semana seguinte, após o retorno de Lula do exterior.
Ressentimento no Senado e Legado de Flávio Dino
A resistência ao nome de Messias não estaria ligada diretamente à figura do advogado-geral, mas sim a um “ressentimento” cultivado entre os senadores após a última indicação de Lula ao Supremo. Parlamentares, que teriam confiado na escolha de Flávio Dino, teriam se decepcionado com sua postura na Corte, sendo descrito por um interlocutor como alguém que “não foi bom para a política” como esperado. Este é um dos fatores que contribuíram para o recuo do governo petista.
A insatisfação com Flávio Dino estaria centrada em sua atuação no cerco às emendas parlamentares, uma questão que desagradou senadores desde o final de 2023. Diante desse cenário, a equipe de articulação política de Lula terá a tarefa de trabalhar para criar um caminho mais favorável para a indicação de Messias.
Davi Alcolumbre e Preferência por Rodrigo Pacheco
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), confirmou nesta terça-feira que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), relatou a Lula sua preferência pelo nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) em detrimento de Jorge Messias. Em um encontro na noite de segunda-feira (20) no Palácio da Alvorada, Alcolumbre teria defendido Pacheco. Wagner declarou: “Eu acho que ele [Lula] está com a convicção firmada no [Jorge] Messias”, mas reconheceu que a fala de Alcolumbre visava pedir a preferência por Pacheco.
A insatisfação no Senado é notória, a ponto de assessores afirmarem que até a oposição sinalizou apoio a Pacheco como forma de evitar que o governo petista consiga emplacar Messias, cujo perfil seria mais alinhado ao de Flávio Dino.
Fonte: Valor Econômico
