Lucro do Itaú dispara 11,3% no trimestre e atinge R$ 11,9 bilhões

O Itaú Unibanco divulgou um Lucro recorrente gerencial de R$ 11,9 bilhões no terceiro trimestre de 2025, representando um crescimento expressivo de 11,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse resultado supera as expectativas de mercado, que previam R$ 11,779 bilhões, segundo levantamento da Bloomberg.

O impulso positivo foi impulsionado pela expansão robusta da carteira de crédito, que atingiu R$ 1,4 trilhão, um aumento de 0,9% em relação ao trimestre anterior e de 6,4% anualmente. O segmento de pessoas físicas demonstrou forte desempenho, com crescimento de 6,5% no ano, destacando-se o crédito imobiliário, o cartão de crédito e o crédito pessoal.

Desempenho da Carteira de Crédito e Inadimplência

A inadimplência acima de 90 dias permaneceu estável em 1,9%, mantendo-se em níveis baixos. Notavelmente, nas pessoas físicas, o indicador registrou o melhor patamar da série histórica, indicando controle de risco eficaz por parte da instituição.

A provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD) somou R$ 9,7 bilhões, com um aumento anual de 9,5% e trimestral de 1,2%. Esse valor reflete a estratégia do banco em manter uma reserva prudente para eventuais perdas.

Receitas e Rentabilidade em Alta

O produto bancário do Itaú, que engloba margem financeira e receitas de serviços e seguros, alcançou R$ 46,56 bilhões no período, um crescimento de 9,1% em relação ao terceiro trimestre de 2024 e de 1,8% sobre o trimestre anterior. O retorno recorrente gerencial sobre o patrimônio líquido anualizado (ROAE) foi de 23,3%, um avanço de 0,6 ponto percentual em relação ao ano passado, mantendo-se estável na comparação trimestral.

As receitas com serviços e seguros apresentaram alta de 7,1% anualmente, impulsionadas por ganhos na emissão de cartões e pelo aumento em pagamentos e recebimentos. Em contrapartida, as despesas não decorrentes de juros totalizaram R$ 17,2 bilhões, um aumento de 7,6% em relação ao mesmo período de 2024. Segundo o banco, esse incremento se deve a investimentos contínuos em tecnologia e ao impacto do acordo coletivo de trabalho em salários e benefícios a partir de setembro de 2025.

Desempenho das Ações e Análise do Mercado

As ações preferenciais do Itaú Unibanco fecharam o pregão de terça-feira em leve queda de 0,3%, cotadas a R$ 39,96. No acumulado do ano, os papéis registraram uma valorização expressiva de 43%, refletindo a Confiança dos investidores nos resultados e na gestão da instituição.

A performance do Itaú Unibanco demonstra a força do setor bancário brasileiro em um cenário de expansão de crédito e controle da inadimplência. A capacidade do banco em gerar valor para seus acionistas, aliada a investimentos estratégicos em tecnologia, posiciona a instituição de forma competitiva no Mercado financeiro.

Contexto Econômico e Perspectivas

O resultado do Itaú Unibanco reflete um momento favorável para o setor financeiro no Brasil. A expansão da carteira de crédito, em especial no segmento de pessoas físicas, é um indicativo de maior atividade econômica e confiança do consumidor. A manutenção da inadimplência em patamares baixos, especialmente em relação ao histórico, sugere uma melhora na qualidade dos ativos e na capacidade de pagamento dos devedores.

O ROAE elevado, em 23,3%, consolida o Itaú como uma das instituições financeiras mais rentáveis do país. A estratégia de diversificação de receitas, com o aumento nas contribuições de seguros e serviços, também contribui para a solidez financeira do banco, tornando-o menos dependente da margem financeira tradicional.

Apesar dos investimentos em tecnologia que impactam as despesas, a expectativa é que essas iniciativas gerem ganhos de eficiência e novas oportunidades de negócio a médio e longo prazo. O setor bancário continua sendo um termômetro importante da saúde econômica do país, e os resultados apresentados pelo Itaú são um sinal positivo para o mercado.

Fonte: Folha de S.Paulo