O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), protocolou uma representação criminal no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A ação se deve a publicações feitas pelo parlamentar nas redes sociais, que Lindbergh considerou uma afronta à soberania brasileira.
Contexto da Representação no STF
A controvérsia teve início com uma publicação de Flávio Bolsonaro nas redes sociais, onde ele compartilhou um post do secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth. Hegseth informava sobre um ataque de militares americanos a uma embarcação de uma organização terrorista no Pacífico Leste.
Ao republicar o conteúdo, Flávio Bolsonaro sugeriu que o secretário americano pudesse “ajudar” o Brasil no combate ao tráfico de drogas na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. A sugestão foi interpretada por Lindbergh Farias como um atentado à soberania nacional.
Manifestação de Flávio Bolsonaro
A publicação original de Hegseth, compartilhada por Flávio, detalhava a ação americana: “Hoje, sob a direção do presidente Trump, o Departamento de Guerra realizou mais um ataque cinético letal contra uma embarcação operada por uma Organização Terrorista Designada (DTO). Mais uma vez, os terroristas, agora falecidos, estavam envolvidos no narcotráfico no Pacífico Leste”, escreveu Hegseth na rede social X.
Em resposta, Flávio Bolsonaro questionou: “Que inveja! Ouvi dizer que há barcos como este aqui no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara, inundando o Brasil com drogas. Você não gostaria de passar alguns meses aqui nos ajudando a combater essas organizações terroristas?”.
Argumentos da Representação
No ofício encaminhado ao STF, Lindbergh Farias classificou a manifestação do senador como uma “afronta direta à soberania e à integridade territorial do Brasil“. Segundo o petista, a declaração de Flávio não se ampara no princípio da liberdade de expressão.
“É inadmissível que um senador da República, cujo mandato tem como essência a Defesa dos interesses permanentes do Estado brasileiro, advogue publicamente em favor da submissão da soberania nacional ao poder bélico de outro país”, afirmou Lindbergh na representação.
A ação levanta questões importantes sobre os limites da liberdade de expressão de parlamentares e a defesa da soberania nacional em um contexto de combate ao tráfico de drogas.
Fonte: InfoMoney