Light: Renovação da Concessão no RJ é marco, mas perdas de energia preocupam

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a renovação da concessão da Light (LIGT3) no Rio de Janeiro por mais 30 anos. A decisão, que já contava com o aval da área técnica do órgão regulador, representa um passo importante para a empresa em seu plano de recuperação judicial.

A recomendação pela Renovação foi unânime. No entanto, um dos diretores indicou a necessidade de critérios adicionais para uma análise conclusiva, embora a decisão final sobre a concessão agora caiba ao Ministério de Minas e Energia (MME).

Morgan Stanley vê a aprovação como um marco significativo, mesmo que esperada. A prorrogação permite que a Light avance com seu plano de recuperação, que inclui um aumento de capital a ser executado em até 90 dias após a renovação, fortalecendo sua estrutura de capital.

Perdas de Energia: Um Desafio Regulatório para a Light

Apesar do avanço, os analistas do Morgan Stanley alertam para a pouca visibilidade sobre o tratamento regulatório para as perdas de energia. Esse ponto é considerado um catalisador relevante para melhorar o equilíbrio econômico da concessão da LIGT3 ao longo do próximo período.

A expectativa é que o regulador publique novas diretrizes sobre perdas de energia até o final de 2026, antes da próxima revisão tarifária da Light, prevista para março de 2027. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverá formalizar recomendações para todas as distribuidoras elegíveis, com base na avaliação de indicadores de qualidade e financeiros.

Contexto das Concessões e o Futuro da Light

A concessão de distribuição de energia da Light faz parte de um grupo de aproximadamente 20 concessões com vencimento entre 2025 e 2031. Novas diretrizes gerais de renovação foram estabelecidas no Decreto 12.068/2024, e a Aneel deve recomendar a renovação para as distribuidoras elegíveis, com a decisão final a cargo do Ministério do Meio Ambiente e Energia (MME).

O Morgan Stanley mantém recomendação equalweight (neutra) para LIGT3, considerando a companhia um caso de investimento complexo e dinâmico. A Recuperação Judicial permitiu uma reestruturação significativa da dívida e uma estrutura de capital mais equilibrada, mas a visibilidade limitada sobre as perdas de energia continua sendo um ponto de atenção.

Fonte: InfoMoney