O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, anunciou sua entrada na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS. A decisão ocorre após uma série de vitórias recentes do governo Lula no comando da investigação.

Sóstenes Cavalcante assume como suplente no bloco parlamentar que inclui União Brasil, PP, MDB, PSD, Republicanos, Podemos e a federação PSDB-Cidadania. Ele declarou ao Estadão: “Entrei para contribuir e colaborar com o belo trabalho do líder Rogério Marinho (PL-RN) no Senado, para a gente voltar a ganhar os requerimentos nas próximas semanas”.
Com o reforço do PL, o governo Lula conseguiu reverter o cenário inicial da CPI do INSS, onde a oposição detinha a presidência e a relatoria. A base governista garantiu a maioria em votações recentes, impedindo a Convocação do irmão de Lula, Frei Chico, e a prisão do presidente do Sindnapi, Milton Cavalo.

Oposição critica “blindagem” e “fisiologismo” do Centrão
Para a oposição bolsonarista, as ações do Governo configuram uma “blindagem” a figuras importantes para as investigações de fraudes em descontos não autorizados. Eles atribuem as vitórias do governo ao “fisiologismo” do Centrão, que estaria negociando apoio em troca de benefícios.
Em visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre Prisão domiciliar, Sóstenes Cavalcante expressou confiança no trabalho de Rogério Marinho para reorganizar a oposição e reiterou o objetivo de convocar Frei Chico para depor na CPI.
Bolsonaro cobra articulação de direita para 2026
Durante o encontro, Jair Bolsonaro pediu maior articulação entre os partidos de direita visando às eleições de 2026. Sóstenes Cavalcante mencionou que Bolsonaro pretende conversar com Valdemar Costa Neto, presidente do PL, sobre o tema.
A saída oficial do União Brasil e do Progressistas (PP) do governo Lula em setembro sinalizou a articulação de candidaturas de direita para 2026. Governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União-GO) e Ratinho Júnior (PSD-PR) são mencionados como possíveis nomes para liderar essa frente.
Sóstenes também informou Bolsonaro sobre a articulação pela anistia de presos em atos antidemocráticos. O texto, relatado pelo deputado Paulinho da Força, aguarda devolução pelo Senado. Caso a proposta venha com redução de penas em vez de anistia ampla, o PL pretende apresentar um destaque para ampliar o perdão.
Fonte: Estadão