Lewandowski pressiona Castro: assuma ou peça intervenção federal no RJ

Ministro Lewandowski cobra Cláudio Castro: assuma responsabilidades na segurança do RJ ou peça intervenção federal. Entenda o caso.
Cláudio Castro — foto ilustrativa Cláudio Castro — foto ilustrativa

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), precisa “assumir suas responsabilidades” diante da escalada de violência no estado. Alternativamente, Castro deveria reconhecer a perda de controle sobre a segurança pública e solicitar uma intervenção federal.

Segundo Lewandowski, Castro poderia ainda pedir ao governo federal a decretação de um estado de sítio ou de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), medidas que permitem o uso das Forças Armadas para conter a crise. “Se ele sentir que não tem condições, ele tem que jogar a toalha e pedir GLO ou intervenção federal. Ou ele faz isso, se não conseguir enfrentar, ou vai ser engolido pelo crime”, declarou o ministro.

Ricardo Lewandowski, Ministro da Justiça e Segurança Pública.
Ricardo Lewandowski, Ministro da Justiça e Segurança Pública.

Guerra no Rio: Polícia oferece R$ 100 mil pela captura de Doca, chefe do CV na Penha

A declaração de Lewandowski surge em meio a uma escalada de violência no Rio, com operações policiais massivas, como a que mobilizou 2,5 mil homens nesta terça-feira com o objetivo de cumprir mandados de Prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV), incluindo Doca, um de seus líderes.

O estado do Rio de Janeiro registrou uma de suas operações mais letais da história, com um número de mortos que dobrou a ação anterior no Jacarezinho. O objetivo principal da polícia é cumprir mandados de prisão contra 30 integrantes do CV oriundos de outros estados, que estariam escondidos nos conjuntos de favelas da Penha.

Operação policial no Rio de Janeiro.
Operação policial no Rio de Janeiro.

“Ajuda jamais foi solicitada”

Lewandowski reagiu às declarações do governador Cláudio Castro, que havia responsabilizado o Governo Lula pela onda de confrontos no Rio e alegado não ter recebido apoio federal. O ministro rebateu afirmando que Castro nunca formalizou qualquer pedido de ajuda ao governo federal.

“Ele tenta jogar a culpa nos outros, mas nunca fez qualquer pedido nesse sentido [de atuação das forças federais e da Defesa, inclusive com blindados]. Para isso, o governo do Rio de Janeiro teria que fazer uma declaração formal de que as forças locais não têm condições de fazer face ao crime”, disse Lewandowski. Ele também ressaltou que medidas como intervenção ou GLO são “excepcionais e gravíssimas”, pois substituem a legalidade comum pela “legalidade extraordinária”, e que o ideal seria o estado conseguir retomar o controle da situação por conta própria.

“Guerra civil” e o modelo paulista

O ministro classificou a situação atual no Rio como “uma loucura” e criticou o uso excessivo da força pelas polícias estaduais. “Guerra civil e força bruta não acabam com o crime organizado. O combate ao crime se faz com inteligência, planejamento e integração”, afirmou.

Como exemplo de atuação bem-sucedida, Lewandowski citou a Operação Carbono Oculto, realizada em São Paulo com a participação da Polícia Federal, da PM paulista, do Ministério Público Federal e da Receita Federal. “Ninguém morreu e a organização criminosa foi debelada. É assim que se combate o crime organizado”, pontuou.

O ministro também lembrou que Cláudio Castro se posicionou contra a PEC da Segurança, proposta que busca ampliar a integração entre forças estaduais e federais. “O combate ao crime requer coordenação entre todas as instâncias de segurança pública. A resistência a essa integração apenas prolonga a crise”, avaliou.

Fonte: InfoMoney

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